Ricardo Minella
O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, de Ponta Porã, realizou 94% dos exames terapêuticos de CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica) realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso do Sul, entre julho de 2020 a junho deste ano. Em relação a todos os procedimentos (incluindo terapêuticos e diagnósticos), o percentual foi de 43,6% no mesmo período.
Esses números fazem parte de levantamento realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que aponta a realização de 475 procedimentos, no período, pelos hospitais conveniados com o SUS, dos quais, somente o Hospital Regional de Ponta Porã realizou 211 exames CPRE’s. Deste total, 96 foram terapêuticos e 115 diagnósticos.
Segundo a área técnica da Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelo acompanhamento da gestão do Hospital “Dr. José de Simone Netto”, gerido pelo Instituto Acqua, a unidade vem executando exames de CPRE em pacientes de 38 municípios sul-mato-grossenses, que são agendados pelo Complexo Regulador Estadual (CORE).
Além de usuários de Ponta Porã, onde está sediado, e de Campo Grande, o Hospital Dr. José de Simone Netto também procedeu exames de moradores de Água Clara, Alcinópolis, Amambai, Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Antonio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Aral Moreira, Bataguassu, Batayporã, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Caarapó, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Corumbá, Coxim, Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaporã, Ivinhema, Jardim, Laguna Carapã, Maracaju, Miranda, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paranaíba e Paranhos.
Inicialmente, o contrato para a realização desses exames foi firmado entre a SES e o Hospital Regional de Ponta Porã, em junho do ano passado, por um período de seis meses, tendo em vista a demanda reprimida, já que as demais unidades hospitalares não estavam conseguindo reduzir a fila de espera existente em Mato Grosso do Sul. Posteriormente, houve a necessidade da prorrogação do convênio por mais seis meses e, depois, por mais um ano.
O diretor-técnico da unidade, Antonio Martinussi, explica que o hospital é referência neste procedimento para o Mato Grosso do Sul. “O exame é realizado por um especialista em endoscopia e são feitos de forma eletiva, por meio da regulação, e temos o suporte de emergência 24 horas por dia”, salienta.
“No Hospital Regional de Ponta Porã prestamos um atendimento de alta qualidade e, em alguns casos, socorrendo as deficiências da saúde pública em outros municípios do Estado, como é o caso desses exames de CPRE. A incumbência que nos foi dada pelo governador Reinaldo Azambuja é de atender cada vez melhor todos os sul-mato-grossenses, usuários do Sistema Único de Saúde”, avalia o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
Idiran José Catellan Teixeira, 53 anos, reside no município de Dourados e passou pelo procedimento da CPRE e retirada da vesícula no Hospital Dr. José de Simone Netto. Ele deixou uma carta de agradecimento aos profissionais da saúde. “Ressalto a boa estrutura da unidade na realização do procedimento e agradeço a todos que me atenderam com dedicação, competência e empenho dos profissionais em realizar as funções com boa vontade”, disse.
O que é CPRE
A colangiopancreatografia retógrada endoscópica é um procedimento que objetiva detectar e tratar doenças que acometem os ductos de drenagem do fígado e do pâncreas, vias biliares e o canal pancreático principal.
Anualmente, mais de 1 milhão de pacientes no mundo são submetidos a CPRE para diagnosticar e, principalmente, tratar doenças bilio-pancreáticas.
Antonio Martinussi explica a importância da realização do exame. “Por meio da CPRE podemos localizar e, às vezes remover, cálculos biliares presos no duto biliar. Ele também pode detectar câncer, cirrose hepática e infecções. Muitos pacientes que demoram para realizar a cirurgia de vesícula podem acabar obstruindo o duto”, alerta.
Para Demétrius do Lago Pareja, diretor-geral do Hospital Dr. José de Simone Netto, a oferta do exame é esforço conjunto que garante atenção à população regional.
“Esse serviço demonstra que a nossa política de boa gestão tem sido implementada efetivamente. O Instituto Acqua, juntamente com a SES, tem feito todos os esforços para melhorar e ampliar o atendimento à população, não só em termos quantitativos, mas em termos técnicos, trazendo avanço nos atendimentos para que nossos pacientes não precisem se deslocar para outros estados para fazer exames”, conclui Pareja.