Os especialistas temem que essa nova cepa rara possa se tornar altamente transmissível por possuir um elevado número de mutações. A variante B.1.1.529 do coronavírus, descoberta por pesquisadores sul-africanos, surge em um momento que as campanhas de vacinação contra a Covid-19 começavam a obter bons resultados, mas também coincide com o início da 5ª onda da pandemia em vários países da Europa. Entenda o que os cientistas já sabem sobre essa nova forma do vírus.
De onde vem a variante ômicron?
O nome oficial da nova variante é B.1.1.529. Mas como as demais cepas (alpha, beta ou delta), ela logo ela foi batizada com uma letra do alfabeto grego, se tornando assim conhecida mundialmente, em apenas algumas horas, como variante “ômicron”.
Rapidamente ela também foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “preocupante”.
Sua origem exata ainda é desconhecida, mas os pesquisadores sul-africanos foram os primeiros a anunciar sua descoberta em 25 de novembro.
Nova cepa registra mais mutações?
Em 23 de novembro, os pesquisadores descobriram essa nova variante com uma “constelação muito incomum de mutações”. Na proteína espícula, chave para a entrada do vírus no corpo, os pesquisadores observaram mais de 30 mutações, um elemento importante se comparado a outras variantes perigosas.
Segundo Mosa Moshabela, professor encarregado de pesquisa e inovação da Universidade de KwaZulu-Natal (sudeste da África do Sul), esta cepa tem “o maior número de mutações que vimos até agora. Alguns já foram vistos em delta e beta, mas outros são desconhecidos … e não sabemos como essa combinação de mutações ficará.”
Variante se transmite mais rapidamente?
A velocidade com que novos casos diários de Covid-19 estão aumentando na África do Sul, muitos relacionados ao ômicron, sugere que isso se deve à forte capacidade de transmissão da cepa. A taxa diária positiva para o coronavírus aumentou rapidamente nesta semana, de 3,6% na quarta-feira (24), para 6,5% na quinta-feira (25) e para 9,1% na sexta-feira (26), de acordo com dados oficiais.
“Algumas das mutações que vimos no passado permitiram que o vírus se propagasse com mais rapidez e facilidade. Por isso, suspeitamos que essa nova variante se espalhe muito rapidamente”, explicou o professor Moshabela à AFP.
Resiste às vacinas?
A julgar por alguns casos de reinfecções, “muito mais numerosas do que nas ondas anteriores” da pandemia, pode-se pensar que a variante prevalece sobre a imunidade, diz Moshabela com base nos primeiros dados disponíveis. Isso poderia reduzir a eficácia das vacinas, a um grau que ainda não foi determinado.
Mais grave que as formas anteriores?
Esse é outro grande ponto de interrogação. Passou-se menos de uma semana desde que a variante foi detectada, deixando muito pouco tempo para determinar clinicamente a gravidade dos casos. Mas os cientistas trabalham 24 horas por dia para analisar a variante e tentar entender seu comportamento.
(Com informações da AFP)