A Câmara de Vereadores de Dourados aprovou nesta segunda-feira (9/9), por unanimidade, moção em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul que vem há dias lutando por um reajuste salarial junto ao Governo do Estado, porém, sem sucesso.
Hoje, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civil) voltaram a afirmar que caso não haja entendimento com o governador Eduardo Riedel, a categoria deverá entrar em greve nos próximos dias.
Na última quinta-feira (5/9), os agentes já fizeram uma paralisação das 8h às 12h, como forma de pressionar o Executivo estadual.
A moção de apoio aprovada no Legislativo da maior cidade do interior do Estado, teve apoio dos vereadores Márcio Pudim (PSDB) e Rogério Yury (PSDB), que são policiais e integram o mesmo partido que Riedel.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Alexandre Barbosa, pontuou que o momento “é muito delicado e pode comprometer a segurança da população”.
“O governo fez um acordo com a categoria e não está cumprindo. Se não houver um entendimento a respeito da nossa situação salarial, não está descartada uma greve”, disse Barbosa.
A Delegacia Regional de Dourados, que abrange também as cidades de Nova Alvorada, Rio Brilhante, Douradina, Itaporã, Maracaju e Laguna Carapã, o efetivo é de cerca de 300 policiais.
Nota divulgada pelo Sinpol afirma que parte do reajuste deveria ter sido repassado até agosto deste ano, com as demais nos próximos anos. “Entretanto, o governo não cumpriu a promessa e, ainda por cima, sugeriu incluir o auxílio-alimentação no salário, o que reduziria nossos ganhos líquidos devido à incidência de impostos”.
Riedel não atenderá os pedidos
Na semana passada, o governador Eduardo Riedel disse que a manifestação dos policiais civis é legítima, no entanto, o Estado não conseguirá atender a exigência de tornar a categoria a sexta profissão com melhor remuneração do país.
Os agentes querem reajuste de 28% no subsídio, para que o salário atinja a sexta posição no ranking nacional, aumento do auxílio-alimentação para R$ 800, implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, plantões voluntários remunerados e adicional de fronteira.
“Toda a negociação, com qualquer categoria, o diálogo está sempre aberto. Uma coisa que eu prezo muito no governo é a relação aberta com os servidores. Eles são o que temos de mais importante para oferecer para a sociedade, e não é diferente com a Polícia Civil de MS. Temos que manter o equilíbrio fiscal, que é uma premissa para o crescimento. Temos esse limite, não podemos atender. O movimento é legítimo e estamos de portas abertas, mas temos esse limite”, disse Eduardo Riedel.
Segundo Riedel, a gestão sugeriu que houvesse a incorporação do auxílio alimentação à folha de pagamento. Na época, o valor de R$ 400. E, segundo Riedel, impactaria os cofres públicos em R$ 40 milhões.
Polícia Civil fora do 7 de setembro
Pela primeira vez na história, a Polícia Civil não participou do desfile de 7 de Setembro na Avenida Marcelino Pires, em Dourados. Por ordem do governo de Mato Grosso do Sul, todas as viaturas que estavam mobilizadas para o evento tiveram de deixar o centro.
A proibição foi válida para todas as cidades do Estado, e representantes dos policiais civis acreditam que a intenção era impedir possíveis protestos contra o governo.