Continua repercutindo a morte da sucuri Ana Júlia, de sete metros, encontrada às margens do Rio Formoso, em Bonito, no domingo (24/3). O animal é o que viralizou em um vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk.
A cobra foi encontrada com o corpo completamente inchado. Em uma rede social, o documentarista escreveu: “Hoje recebi a notícia de que a sucuri foi morta e seu corpo foi encontrado boiando no rio Formoso. Que tristeza, que raiva!!!! Quem teria feito um absurdo destes????”. A identificação da cobra foi feita a partir das manchas que a cobra tem pelo corpo. Elas servem como digitais da espécie, como explica Dimitrius, que filma cobras na região há dez anos.A identificação foi confirmada pela especialista em sucuris e pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo), Juliana Terra, que acompanhava a cobra há oito anos em estudos. A cientista comentou que a sucuri era chamada de Ana Julia e símbolo para região de Bonito.As causas da morte só serão atestadas após análise e investigação da PMA (Polícia Militar Ambiental), mas preliminarmente, não foram encontradas marcas de tiros na Ana Júlia. No entanto, o delegado titular da Polícia Civil de Bonito, Pedro Ramalho, disse que uma equipe vai periciar a sucuri nesta terça-feira (26/3), para verificar o que de fato ocorreu. “Se for comprovado que a morte foi provocada pelo ser humano, essa pessoa irá responder por crime contra a fauna”, explicou Ramalho.Em nota, a prefeitura de Bonito lamentou a morte da sucuri e informou que acompanhará de forma próxima as investigações do caso.“A Prefeitura de Bonito manifesta total repúdio pelo ocorrido com a Sucuri ‘Ana Júlia’ em nosso município. A relevância de um animal desse porte nas nossas áreas mostra o quão equilibrado o nosso ambiente está, porque um ambiente para suportar um animal topo de cadeia, como uma sucuri de quase 7 metros, precisa estar no mínimo equilibrado e essa atitude pessoal, de alguém que cometa um ato como este, é totalmente desprezível e vai contra tudo aquilo que a gente trabalha para em prol do meio ambiente. Então esperamos que as autoridades competentes consigam identificar os autores e punir os culpados”.