As equipes que atuam no combate aos incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, estão concentradas no trabalho de controle e extinção do fogo iniciado há dois dias na região da Nhecolândia, provocado pela explosão de um caminhão de transporte de gado.
“O grande foco nosso é o incêndio na região da Nhecolândia, que começou com um caminhão que pegou fogo. A maioria dos incêndios não é proposital. O caminhão estava em um atoleiro, de areia, forçou demais e pegou fogo”, afirma o coronel Adriano Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros e chefe das operações de combate a incêndios.
O incêndio na área teve início na terça-feira (23), quando foram deslocadas cinco viaturas para a área de difícil acesso. As equipes só chegaram ao local ontem (24). Já hoje (25), foram enviados mais 15 militares de helicóptero.
“Esse vai ser o grande combate que nós vamos a partir de hoje tocar. Tivemos na semana passada uma semana um pouco tranquila devido aquela chuva e baixa temperatura, mas esta semana os combates estão sendo bastante intensos. Vai ser o foco atual do trabalho, porque a região é muito sensível, tem muitas fazendas e também pelo fato de estar próximo do Parque Estadual do Rio Negro”, disse Rampazo.
A atuação das aeronaves é de extrema importância para as ações de combate aos incêndios, pois a dificuldade de acesso só é vencida com o transporte aéreo das equipes.
“Além desses militares e viaturas, o Ibama já está apoiando no local, com aeronaves, e o KC-390 da FAB (Força Aérea Brasileira). As aeronaves são fantásticas, elas ajudam muito. Nossa equipe, saiu para chegar lá na terça-feira à noite e tentou chegar ontem o dia inteiro. Estragou uma viatura da Força Nacional, nossas viaturas estavam atoladas, pedimos auxílio de tratores para tentar puxar os veículos. Algumas viaturas não conseguiram chegar ainda. Deslocamos de helicóptero, para a Nhecolândia, equipes que tinham sido tiradas da região do Maracangalha. E esse helicóptero vai auxiliar na mobilidade dessas equipes durante o combate. E não é uma região mais inóspita do Pantanal, e mesmo assim o acesso é bastante complicado”, finalizou Rampazo.
Além desta atuação, que concentra a força de combate atual da Operação Pantanal – que hoje completa 115 dias –, desde o início da semana os bombeiros e demais militares atuaram na área da região do Rabicho, que está sob controle e monitoramento.
Até agora a área queimada é de quase 607 mil hectares, aumento de mais de 2.397% em relação ao ano passado. Os focos de calor ultrapassam 3,2 mil, também com aumento, superior a 1.449% em comparação com 2023.