Os integrantes do Grupo Técnico Institucional do Rio Formoso estiveram por dois dias – na quinta-feira (1º) e sexta-feira (2) – em Bonito, onde cumpriram uma agenda intensa de visitas técnicas e reuniões de trabalho para conferir a situação do rio, colher subsídios para as decisões que serão sugeridas. O Grupo Técnico Institucional (GTI) foi criado pelo governador Eduardo Riedel com objetivo de elaborar propostas e projetos para recuperação, proteção e uso sustentável da bacia do Rio Formoso.
O grupo existe oficialmente desde o dia 20 de dezembro e fez a primeira reunião com todos os membros – que teve a presença do governador – no dia 18 de janeiro.O grupo é composto por representantes da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Secretaria de Governo, Seilog (Infraestrutura e Logística), Agesul (Agência de Empreendimentos), Sanesul (Empresa de Saneamento), Imasul (Instituto do Meio Ambiente), Prefeitura de Bonito e da empresa Ambiente MS Pantanal, que gerencia o serviço de esgotamento sanitário naquele município.O diretor presidente do Imasul, André Borges, participou das atividades acompanhado do diretor de Licenciamento e Fiscalização do Instituto, Luiz Mário Ferreira, e do gerente de Recursos Hídricos, Leonar do Sampaio e o diretor-presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendlig.O secretário de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, também esteve presente, junto com técnicos da Semadesc. Também estavam representantes da Seilog, Fundação de Turismo, Sanesul, e da Prefeitura de Bonito.O primeiro compromisso da agenda de quinta-feira (1º) foi uma reunião na Secretaria de Meio Ambiente do município, às 15h. Foi um encontro para explicar aos membros do GTI o cronograma de atividades, repassar informações preliminares e ajustar a agenda.Em seguida o grupo seguiu para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da cidade, gerenciada pela Ambiental MS Pantanal. A cidade de Bonito tem rede coletora de esgoto que atende 97% dos domicílios e a Estação de Tratamento tem capacidade para tratar até 80 litros de esgoto por segundo.O crescimento populacional repentino – a cidade passou de 12 mil para 26 mil habitantes em poucas décadas – impõe desafios extras à gestão pública, sobretudo no tocante aos cuidados com o meio ambiente. Em períodos de alta temporada de turismo, a cidade chega a dobrar sua população, ponderou o secretário municipal de Meio Ambiente, Thiago Sabino.Após a visita técnica à Estação de Tratamento, os integrantes do GTI se reuniram no auditório da Secretaria de Turismo (Sectur) para ouvirem ponderações feitas pelo prefeito Josmail Rodrigues e pelo promotor de Meio Ambiente do município, Alexandre Estuqui Junior. O prefeito depositou confiança e esperança no trabalho do GTI e colocou a Prefeitura à disposição para serem tomadas as decisões que forem necessárias visando aumentar a proteção ambiental no município.Já o promotor Alexandre Estuqui Junior pontuou alguns problemas que considera urgentes, até porque recebe denúncias frequentes, entre os quais o excesso de capacidade de visitantes em alguns atrativos e também a multiplicação dos ranchos de lazer com estruturas instaladas nas proximidades e até na beira dos rios, muitos de forma irregular.Estuqui Jr calcula que já existam mais de 400 ranchos de lazer no município, cujos proprietários alugam diretamente para turistas passarem temporadas, atividade que foge do controle dos órgãos municipais.No dia seguinte (sexta-feira, 2) as atividades começaram cedo com visitas a campo. O grupo foi averiguar a situação de condomínios criados na beira do rio, com a instalação de decks para acesso à água e até cordas sobre o leito delimitando o espaço de cada lote.Ainda pela manhã o grupo visitou o terminal de transbordo do serviço de coleta de resíduos da cidade e outros pontos de preocupação ambiental. Na parte da tarde, o GTI continuou com visitas técnicas e encerrou a agenda.“Agora a gente parte para levantar documentos, ver a situação legal de alguns casos que visitamos, para entender e poder planejar uma ação de fiscalização e outras medidas que devem ser tomadas pelos órgãos competentes”, avaliou o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette. O GTI tem 120 dias – a partir da instalação – para levantar os problemas e sugerir medidas que ampliem a proteção ambiental do rio Formoso e ao município de Bonito em geral.