Autoridades e empresários da fronteira voltam discutir Aeroporto Binacional

O Parlamento Internacional Municipal – PARLIM – realizou na manhã desta segunda-feira, dia 9, no anfiteatro da Prefeitura Municipal a sua 9ª sessão ordinária deste ano de 2024. O evento foi aberto pela presidente em exercício da Câmara Municipal, Anny Espínola, tendo ao seu lado o prefeito em exercício de Ponta Porã, Agnaldo Miudinho; o vice-presidente Marcelino Nunes e o 1º secretário Kleber Ortiz, além da presidente da Junta Municipal, Zulma Maria Icassatti de Acevedo e do engenheiro e secretário municipal de Obras, Higor Rojas, representando o intendente de Pedro Juan Caballero, Ronald Acevedo Quevedo, representantes da Aena Brasil, empresários da fronteira e a sociedade local.

Durante o seu discurso, o prefeito em exercício Agnaldo Miudinho disse que os estudos para ampliar a oferta de voos e até para implantação de um Aeroporto Binacional estão bastante adiantados e que por isso o Parlim convocou a reunião para tratar de ajustes que serão necessários, sem os quais não será possível receber aviões de maior porte nem pensar na implantação de um aeroporto binacional principalmente para receber aviões de carga que normalmente são bem maiores.

“Nós estamos sonhando com um aeroporto binacional que possa atender brasileiros e paraguaios, com voo ligando Campinas/Ponta Porã e Assunção e vice-versa e as tratativas nesse sentido estão bastante adiantadas inclusive com empenho do intendente Ronald Acevedo no sentido de construir o entendimento eliminação de qualquer tipo de obstáculo no lado paraguaio que possa atrapalhar o projeto”, disse Agnaldo Miudinho.

Logo depois o diretor da Aena/Brasil que administra o Aeroporto Internacional de Ponta Porã, Thiago Neiva Moreira, fez um relato completo sobre o investimento da ordem de R$ 160 milhões que a empresa pretende fazer na fronteira até 2026 quando o projeto de ampliação e revitalização do aeroporto estará concluído. Primeiro ele falou sobre a especialização da Aena na gestão de 17 aeroportos no Brasil e atualmente considerada a maior gestora de aeroportos em todo o mundo. Apresentou um pequeno filme mostrando o quanto seria difícil para as pessoas que fazem negócios, que atuam na saúde com transporte de órgãos ou mesmo para quem gosta de viajar caso não existisse a aviação.

Destacou que em 2022 foram transportados 58 mil passageiros através do Aeroporto de Ponta Porã e no ano de 2023 aumentou para 70.715 pessoas transportadas. “Também tivemos evolução no número de operações de 544 para 566 no mesmo período e estamos fazendo investimentos porque acreditamos na fronteira e quando aceitamos administrar o Aeroporto levamos em consideração o IDH (índice de desenvolvimento humano), o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, o potencial do turismo e a menor taxa de desemprego, 2,6%, de Mato Grosso do Sul em relação ao restante dos estados brasileiros. Essas são forças do Estado e da fronteira que levamos em consideração, além das oportunidades oferecidas, já que aqui é a porta de entrada do Mercosul, com acesso a países como Paraguai, Argentina, Bolívia e Chile e com a implantação da rota bioceânica enxergamos a ampliação do aeroporto como uma forma de integração de modais”, disse.

O engenheiro especialista em aeroportos, Adilar Titon, complementou Thiago Neiva falando sobre o processo que segundo ele vai aumentar a estrutura física para recebimento de passageiros em 412%. “Hoje a área atual do aeroporto é de 770 metros quadrados, quando finalizarmos a reforma será de 3.946 metros quadrados. Serão feitas adequações, melhorando a capacidade de processamento de passageiros e vamos eliminar

restrições para operações com aeronaves de maior porte, disponibilizando pátio adequado para essas operações”, disse. Também está previsto a instalação do sistema PAPI, que significa que o aeroporto terá Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão.

Sobre os estudos de viabilidade para a implantação do Aeroporto Binacional, Thiago Neiva, disse que são todos favoráveis, mas serão necessários eliminação de obstáculos existentes atualmente no lado paraguaio da fronteira. Citou o caso do primeiro aeroporto binacional da América Latina em Rivera-Uruguai, na fronteira com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul e também lembrou do Euroairport que atende três cidades fronteiriças na Europa: Basileia (Suíça), Mulhouse (França) e Freiburg (Alemanha). “Aqui vamos precisar da parceria entre as autoridades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para fazer os ajustes no sentido de atender todas as exigências da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC”.

Os obstáculos identificados pela Aena no lado paraguaio da fronteira são árvores muito altas que precisariam ser suprimidas, silos desativados e também o Shopping Planet Outlet e um posto de combustíveis que precisariam receber sinalização especial. O presidente da Câmara de Comercio de Pedro Juan Caballero, Alejandro Benítez Aranha, destacou a importância do aeroporto para setores como agronegócio, turismo, saúde entre outros. O vice-presidente, Kalil El Hage, por sua vez disse que também quer colaborar e que vai correr atrás para ajudar no que for preciso e que acredita que a questão dos obstáculos poderá ser resolvida em curto espaço de tempo. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã (ACEPP), Helton Carlos Matos, também participou da sessão do Parlim.

Estiveram presentes entre outras autoridades, empresários e personalidades da fronteira, os vereadores: Anny Espínola, Marcelino Nunes, Kleber Ortiz, Angela Derzi, José Menino Júnior, Kamila Alvarenga, Neli Abdulahad, Edevaldo Mattoso Barbosa; os consejales municipales Zulma Maria Icassatti de Acevedo, César Lesme, Ivo Lezcano, Ronaldo Amarilla, Jorge Medina, Angélica Valdez, Carolina Yunis de Acevedo e Ignacio Cantero Casco.

Sessão contou com a presença do prefeito em exercício de Ponta Porã, Agnaldo Miudinho, dos representantes da Aena Brasil, empresários e sociedade local.(Foto:ssessoria)
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