Durante a sessão ordinária da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) desta terça-feira (9), a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) lamentou a morte por desnutrição de uma criança indígena, com pouco mais de um ano, ocorrida no bairro Santa Felicidade, em Dourados.
Ela voltou a denunciar a fome e as condições desumanas que vivem índios e migrantes venezuelanos nesta área de ocupação, na periferia da cidade.
“São mais de 300 famílias que estão vivendo em condição degradantes. Após a morte desta criança, o Ministério Público Federal esteve lá, constatou as famílias vivendo em barracos de lona e com pouca comida e tratou a morte como caso isolado. Mas, é preciso a culpabilização para que não morra mais ninguém”, disse Lia.
Segundo a deputada, Dourados é a quarta cidade do país que mais recebeu venezuelanos no País. “Eles estão em busca de uma vida melhor e não podem ficar invisíveis. A Prefeitura Municipal está inerte à população desassistida. Os agentes comunitários de saúde não fazem visitas nesta área que vivem mais de 300 famílias. A situação é desumana e só não é pior, pois grupos ligados às igrejas têm realizado várias ações sociais”, afirmou.
Os deputados Zeca do PT e Zé Teixeira (PSDB) cobraram do Cime (Conselho Indigenista Missionário) medidas, como a implantação de programas de sustentabilidade para atender a comunidade. Para Gleice Jane (PT), a administração municipal não “enxerga” as crianças em situação de vulnerabilidade social.
Lia Nogueira informou que o Governo do Estado foi ao local e fez um cadastro para que as famílias sejam beneficiadas com programas sociais. “Mais uma vez, é o governo quem assume a responsabilidade e presta atendimento às famílias de Dourados, em situação de insegurança alimentar e nutricional”.