Sequestro de ex-vice-presidente do Paraguai completa 11 meses e segue sem solução

Marcos Morandi*

Em meio a execuções na fronteira, guerra de facções e atentados contra forças militares, um caso segue sem solução no Paraguai. Trata-se do sequestro do ex-vice-presidente do Paraguai, Óscar Denis, que nesta segunda-feira (9), completa 11 meses, sem que a família tenha nenhuma informação a respeito do seu paradeiro e nem que ele ainda esteja vivo.

As filhas do ex-vice-presidente da República, mantêm os pedidos que fizeram ao Governo para a libertação do pai, cujo sequestro completa 11 meses nesta segunda-feira. Eles pedem ao Estado que “leve a sério” a ameaça de “grupos terroristas”.

Faltando apenas um mês para o aniversário de um ano do sequestro, que acontece em 9 de setembro de 2020, as filhas concederam uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (9), para insistir no pedido de ajuda internacional e também cobrar ações mais efetivas mais das autoridades paraguaias.

“O Estado precisa levar a sério a ameaça representada pelos grupos terroristas que sequestraram Óscar Denis, Félix Urbieta e Edelio Morínigo e que já ceifaram tantas vidas inocentes”, disse a filha Beatriz Denis, durante a leitura de um comunicado.

Entenda o caso

O político paraguaio foi levado por uma milícia formada por membros do grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo Paraguaio) nas proximidades da fazenda Tranquerita, cerca de dez quilômetros da cidade de Yby Yaú, Concepción. Ele estava acompanhado pelo capataz, de etnia indígena Adélio Mendonza de 22 anos, quando foi retirado de dentro da sua caminhonete.

Segundo relatos de Adélio, que foi libertado um mês depois, no dia do sequestro eles foram rendidos por seis pessoas que usavam uniforme militares camuflados e com rifles nas mãos. Ainda de acordo com o capataz, o grupo era formado por três adultos e três adolescentes que já foram identificados, mas nenhum deles ainda foi preso.

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