Sem demonstrar arrependimento, Luciano Pedrosa de Oliveira, de 25 anos, chegou a Dourados no final da manhã desta quarta-feira (16), e confessou ter matado a esposa, Larissa da Silva Cruz, de 18, na entrada da antiga pedreira do município.
Ele que faz uso de maconha e cocaína há mais de dez anos, continua sustentando que matou a esposa porque ela estava o traindo com um vizinho da quitinete onde moravam juntos – versão que segundo a polícia, contradiz os fatos apurados até o momento.
Luciano contou que estava usando cocaína um dia sim e outro não, e no dia do crime, falou para a vítima que iria cheirar, e se trancou no quarto, momento em que, na versão dele, escutou um barulho no portão e ao verificar, flagrou Larissa com outra pessoa.
“Eu estava utilizando cocaína um dia sim e um dia não, e quando eu usava, ficava meio doido e ela se aproveitava disso. Eu já estava suspeitando que ela estava me traindo com o vizinho da quitinete, até instalei câmeras para tentar flagrar. Na segunda, cheguei a falar para ela que se não quisesse mais, eu ia terminar e voltaria para São Paulo, ficar perto da minha mãe, porém ela não deixou”, contou.
O autor que foi preso ontem (15), em Bataguassu, tentando fugir para o Estado de São Paulo disse também que ao sair da casa, Larissa foi de encontro com ele, o empurrando para dentro, e afirmando que não era nada, e que ele estava alucinado por causa da droga. “Então falei para ela que eu não tinha usado nada, e começamos a conversar, de forma pacífica, e falei que se ela me contasse tudo, eu a levaria embora, mas na verdade, ia matá-la, caso confessasse que estava me traindo. Ela disse que me traía porque eu estava usando cocaína, foi nesse momento que eu pedi para ela arrumar as coisas que eu a levaria para a casa da mãe dela, no entanto, minha intenção já era ir até a pedreira”, explicou a sangue frio.
Pelo caminho, Luciano afirmou que Larissa percebeu o trajeto e o questionou, e que ele acabou falando que iria matá-la. “Ela tentou nos derrubar da moto, não conseguiu e então pulou. Eu parei a moto e fui para cima dela, estava transtornado, dei um chute em sua cabeça e comecei a desferir os golpes”, finalizou.
Foram aproximadamente 30 facadas na região das costas, pescoço, barriga e mãos, segundo informações da perícia técnica. Por fim, o assassino confesso revelou que Larissa teria pedido para morrer sozinha, então, ele deu uma última facada, pois “não queria ver ela sofrendo”.
Após cometer o crime, o autor foi para casa e tempo depois retornou à pedreira para pegar o óculo que havia deixado cair.
Versão da polícia
A polícia não acredita na versão apresentado por Luciano, ao contrário, a própria mãe da vítima ao reconhecer o corpo da filha ontem, no Instituto Médico Legal, teria dito que em contato com Larissa, a mesa expressou o desejo de romper o relacionamento com o autor justamente por ele ser usuário de drogas e agressivo.
“Ela queria terminar o relacionamento pelo uso excessivo de drogas, e porque ele ficava muito agressivo quando deixava de usar”, pontuou o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil, Rodolfo Daltro.
Agora, Luciano prestará depoimento e testemunhas serão ouvidas.