Quatro golpistas integrantes da Quadrilha da Panela desmontada ontem pela Polícia Militar em Campo Grande, foram autuados em flagrante de estelionato e associação criminosa. Outros integrantes do bando chegaram a ser detidos, mas acabaram liberados por não localização das vítimas, mas devem ser indiciadas no decorrer do inquérito.
O bando agia em Campo Grande vendendo panelas “de lata” como se fossem fabricadas na Alemanha em aço cirúrgico, A quadrilha contava com uma frota de veículos novos e caros, o que de certa forma dava uma aparência de coisa séria para o golpe.
Assinaram flagrante na Depac-Centro Cristiano Martins (33), Lílian Martins (36), Melina Nicolich (21) e Rogério Costite Cristo, de 21 anos. O argumento da quadrilha para a venda das “panelas de lata”, era de que o material estava destinado a uma exposição de produtos alemães, mas o evento fora cancelado por conta do coronavírus.
Os envolvidos foram presos depois que uma vítima avistou parte do grupo agindo no estacionamento da conveniência do Alemão, na Avenida Calógeras esquina com rua 15 de novembro. Uma das táticas do bando era agir justamente em estacionamentos de supermercados ou conveniências movimentadas, o que como afirmam, facilitava ações rápidas do bando na venda das panelas e talheres.
Os golpistas diziam para as pessoas que além da “lataiada”, eles também eram alemães, inclusive alguns deles forçando sotaque. Os produtos eram vendidos em euros, mas os golpistas alegavam dispor de tudo a precinho camarada pois precisavam se desfazer das mercadorias por força do cancelamento da exposição. Nessa “oferta” os produtos eram vendidos em média a R$ 1,5 mil parcelados em até 12 meses no cartão.
Esquema de fuga
Bem articulada, a quadrilha contava até com plano de fuga previamente preparado, sendo definido que caso alguém fosse abordado pela polícia ou preso, deveria “enrolar” ao máximo na abordagem para dar tempo que os demais conseguissem fugir com as mercadorias.
Foi o que aconteceu ontem durante a abordagem na conveniência quando foram questionados onde estariam morando ou hospedados, uma das integrantes da quadrilha apontou determinado hotel onde ao chegar com a polícia simulava não se lembrar de qual quarto estavam. Quando os policiais vistoriaram o carro dela, descobriram que a hospedagem era no Hotel Âncora, onde além de mais mercadorias apreendidas, os policiais militares surpreenderam integrantes do bando tentando fugir com veículos lotados de panelas e talheres.
A Polícia Civil assumiu o caso e agora busca outras vitimas da quadrilha, sendo uma das peças para esse trabalho, publicações em redes sociais em que pessoas alertam sobre o golpe. Pela extensão do golpe, o caso pode ser encaminhado para a Delegacia Especializada de Defraudações.