A PF (Polícia Federal) prendeu na quinta-feira (30), em Ponta Porã, Felipa Benitez Benitez, de 58 anos, cidadã paraguaia com mandado de prisão preventiva para fins de extradição, expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa ligada ao narcotráfico internacional. Ela também é apontada como fornecedora de armas, inclusive de guerra, como a que matou Jorge Rafaat, em junho de 2016.
De acordo com o mandado, a mulher é proprietária de diversas empresas, todas no Paraguai, dedicadas à lavagem de dinheiro, entre elas, agências de viagem. O pedido de prisão originou-se de investigação da Promotoria de Justiça e Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do país vizinho, após uma ação contra o Tráfico de Drogas realizada em 2016 na cidade de Pedro Juan Caballero.
A operação envolvia a empresa Comtecpar que, entre outros negócios, fornecia materiais e produtos ao governo do Paraguai, bem como, importava e exportava armas e munições.
Em 2013, a referida empresa apareceu na imprensa paraguaia em virtude de transações comerciais impróprias de munições e artefatos de guerra, como granadas e projéteis de armas calibre .50, capazes de atravessar paredes de concreto e blindagem de carro-forte.
Em território brasileiro, a empresa teria comercializado armamento pesado para da maior facção criminosa do país. A paraguaia, moradora no Brasil há 40 anos, dedicava-se à venda de produtos de beleza de porta em porta e em sua casa.
Contudo, seu nome figura como proprietária de uma empresa que movimentou valores acima de 200 bilhões de Guaranis, algo em torno de R$ 143 milhões. E, contra a qual há difusão vermelha pela Interpol. Ela foi presa saindo de sua residência em Ponta Porã e será extraditada para o país vizinho.