Na manha desta terça-feira (29), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ceuci Mirim com o objetivo de desarticular organização criminosa atuante na fronteira do Brasil com o Paraguai, principalmente na região do Cone Sul de Mato Grosso do Sul, que se dedicava ao recrutamento e tráfico de indígenas (maiores e menores de idade) das aldeias situadas nos municípios de Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Amambai, Antônio João, dentre outras, para trabalharem em lavouras de maconha no Paraguai, sobretudo no Departamento de Amambay/PY, em condições análogas à escravidão.
As investigações foram realizadas por uma Equipe Conjunta de Investigação Brasil –Paraguai, formada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Fiscalia do Paraguai e Polícia Nacional do Paraguai.
Considerando o contexto espacial em que os crimes se consumam, sendo, em sua maioria, já em território estrangeiro (Paraguai), o que representa empecilho de ordem territorial para o avanço das investigações em território nacional, o cumprimento das medidas de busca e apreensão tem por finalidade angariar provas da prática do crime de tráfico de pessoas, tipificado nos artigos 239 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no art. 149-A do Código Penal, com a identificação de vítimas, aliciadores e proprietários de lavouras de maconha no Paraguai, mediante a apreensão de dispositivos eletrônicos, documentos e outros elementos de prova.
Nesse sentido, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo três no município de Paranhos, dois em Aral Moreira, e os demais em Tacuru, Amambai e Antônio João. A ação contou com a colaboração da FUNAI de Ponta Porã e região.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela Polícia Federal.