Liziane Berrocal
A Polícia Federal apreendeu muito dinheiro “vivo” durante a operação “Mineração de Ouro” que mirou na manhã de hoje três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul. Os valores totalizaram R$ 1.684.913,00 (um milhão, seiscentos e oitenta e quatro mil, novecentos e treze reais), sendo que R$ 1.619.260,00 foram apreendidos em moeda brasileira, U$ 7.272 dólares americanos, € 4.500 (quatro mil e quinhentos euros) e £.200 (duzentas libras esterlinas)
A maior parte foi apreendida em um dos endereços alvo de busca e apreensão (R$ 889.660 e dinheiro em moeda estrangeira) e R$ 729.600 em um segundo endereço. As notas foram contabilizadas com uso de máquina contadora de cédulas, tamanho o volume.
A operação foi realizada em atendimento ao pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, e foram cumpridos na manhã desta terça-feira (8), mandados de busca e apreensão em vinte endereços no Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Entre os alvos estão os conselheiros Waldir Neves e Ronaldo Chadid. A reportagem não teve acesso ao nome de todos os envolvidos por se tratar de operação que envolve segredo de justiça.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também determinou quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. O objetivo das diligências é apurar indícios de participação de três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) em uma organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações, superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos. Cerca de 20 pessoas são alvo das ações, cujos inquéritos correm sob sigilo.
As diligências são um desdobramento das ações da operação Lama Asfáltica. As investigações já realizadas apontaram indícios de participação de membros do TCE-MS em um esquema ilícito de desvio de verbas públicas. Dentre outras suspeitas, o MPF e Polícia Federal apuram se foram proferidas decisões no âmbito da Corte de Contas para favorecer integrantes da organização criminosa. Já há evidências, também, da existência de um esquema de contratação de funcionários fantasmas no TCE-MS, para beneficiar pessoas ligadas aos Conselheiros investigados. Há suspeita de que o esquema tenha movimentado valores milionários entre 2015 e 2021.