O dono do avião modelo RV 10 prefixo PT-ZAH que caiu no final da tarde de ontem na Estância Karaí Mbarete, localizada a 95 km da área urbana de Bahia Negra, no Departamento de Alto Paraguay no Chaco Paraguaio, Remi David Cassini Neto, falou na noite desta quarta-feira (24) com a reportagem do Ponta Porã News.
Bastante nervoso e constrangido com a situação ele disse que a aeronave estava emprestada para o piloto Giuliano Woisky, morador Jundiaí e que ele estava fazendo alguns voos particulares, pois tinha sido demitido de uma grande empresa aérea onde era copiloto.
“Eu estava saindo de Jundiaí onde fui arrumar a tela, este avião começou a apresentar problema de novo. Como eu estava no Vale Eldorado, eu pedi para que ele fosse lá, como ele já estava em São Paulo, pegasse minha máquina e levasse para o Campo de Marte, que eu tinha que resolver usas coisas no Paraná. Como era um menino trabalhador, já tinha sido copiloto da …, não tem porque fazer alguma coisa errada! Ele levou a máquina para o Campo de Marte, e ontem parou de me dar notícia. Hoje já comecei a ficar desesperado, não sabia o que estava acontecendo. Era para ele trazer a máquina aqui no Paraná, que eu estou ficando em Toledo e ele não me deu mais notícia. E não consegui mais falar com ele. Daí começou a sair notícia de que o avião tinha caído no Paraguai. Eu estou até agora sem saber o que esse menino foi fazer, se ele se desorientou, se ele ia roubar minha máquina”.
Remi disse também que ontem funcionários do aeroporto de Tatuí (SP) entraram em contato com ele e perguntaram se a aeronave dele tinha sido roubada, pois um piloto que se identificou apenas como Waiss tinha abastecido a aeronave, estava bastante nervoso e que tinha inclusive discutido com alguma pessoas.
O comandante por celular tinha reportado a uma outra pessoa que o avião estava apresentando alguns problemas, mas que mesmo assim ele seguiria viagem. A mesma versão de Remi foi confirmada na manhã de hoje por duas pessoas que trabalham no aeroporto de Tatuí para o Ponta Porã News e que o piloto ficou menos de meia hora no local.
“Ele ia roubar meu avião. Rapaz, eu vou falar para você, eu juntei todas as moedas que eu tinha para comprar este avião. Eu fazia freelance, a gente trabalha e ai vai o desgraçado de um pelego, filha da puta desse e faz uma dessa ai. Acabou com meu avião, acabou com meu ganha pão, acabou com tudo uma desgraça dessa ai. Esse cara ia roubar meu avião. Oque ele ia fazer pra lá se a proa (destino) era Toledo? Ia roubar”, disse ele.
De acordo com funcionários da fazenda onde aconteceu o acidente, o avião teria explodido antes de cair a cerca de 400 metros da casa principal da sede da propriedade rural. Tanto o piloto que ainda não foi identificado oficialmente mas seria Giuliano Woisky, quanto a aeronave foram queimados.
A região onde o avião caiu, fica perto dos municípios de Porto Murtinho e Corumbá, na rota da Bolívia de onde partem as cargas de cocaína com direção ao Brasil e para outros países, usando o Paraguai como rota de reabastecimento das aeronaves e ponto de armazenamento do entorpecente.
Informações davam conta de que o piloto tentava chegar a Ponta Porã quando aconteceu o acidente, mas não há registros disponíveis. O único plano de voo era para a cidade de Tatuí, mas durante o abastecimento Giuliano teria durante um contato telefônico citado, por funcionários do aeródromo que pousaria na cidade.
O procurador-geral adjunto Andrea Suárez e o promotor Rex Giovanni Gallagher, da Unidade de Promotoria Criminal de Fuerte Olímpo, acompanharam as equipes da Polícia Nacional no local do acidente, mas não há nenhuma palavra das autoridades paraguaias sobre a investigação do acidente.