A Justiça Federal de Ponta Porã determinou a exumação do corpo de Vitor Fernandes, de 42 anos, morto em conflito com policiais militares em 24 de junho de 22, na Aldeia Guapo’y Mirim Tujury, em Amambai. O caso ficou conhecido como “Massacre de Guapoy”.
A exumação foi realizada com a intenção de promover perícia técnica a fim de averiguar provas que possam chegar à resolução do caso, segundo o Cimi (Conselho Indigenista Misisonário).
Entenda o caso
“Depois do helicóptero, que foi o dia mais tenso aqui para a comunidade, a nossa alma está tensa, angustiada. É como se estivéssemos em uma guerra. Os tiros duraram três, quatro horas, foi de uma hora [13 horas] às cinco [17 horas]”.
Essa é a descrição de uma liderança indígena Guarani Kaiowá sobre a sexta-feira (24), data do conflito entre um grupo de indígenas e o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e que terminou com a morte do indígena Vitor Fernandes, de 42 anos.
A liderança – que não será identificada por segurança – explicou como foi aquela tarde para a comunidade. O conflito entre um grupo de indígenas e os militares aconteceu na Fazenda Borda da Mata, em Amambai, que é vizinha à Reserva Indígena Amambai.
Retomada
O objetivo dos indígenas seria retomar as terras de origem ancestral, sendo o local o batizado de território Guapo’y Mirim, em referência à Reserva Amambai, também chamada de Guapo’y (em guarani). Ou seja, Guapoy’ mirim, seria como filha da Reserva Guapo’y.
A Terra Indígena Amambai (Guapo’y) é uma das mais antigas de Mato Grosso do Sul. Foi criada em 1915, pelo antigo SPI (Serviço de Proteção aos Índios), órgão criado pelo Cândido Rondon, em 1910 e que funcionou até 1967, sendo substituído pela Funai (Fundação Nacional do Índio). Em 1991 as terras foram homologadas como indígenas.