A Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu prisão domiciliar para a policial civil aposentado, Adriana Jarcem da Silva, residente em Ponta Porã, e presa desde o dia 25 de abril de 2022, durante a operação Codicia, que prendeu outros sete agentes. A ação investiga crimes de conussão (usar o cargo público para obter vantagem indevida), peculato (se apropriar ou desviar dinheiro público) e tráfico de drogas.
Atualmente detida na delegacia do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro), em Campo Grande, Adriana cumprirá pena em casa, com uso de tornozeleira eletrônica.
Documento o qual a reportagem do Ponta Porã News teve acesso, menciona que, a policial civil fica proibida de manter contato com os outros réus e testemunhas arroladas no processo, deve comparecer em juízo sempre que solicitada, manter endereço e telefone celular atualizados, não se envolver em delitos e também não pode deixar a cidade, sem comunicação prévia à Justiça.
“À noite não deve se ausentar de sua residência, e se fizer comunicar antes a Justiça”, menciona outro trecho do documento.
Para decretar prisão domiciliar, consta nos autos do processo que não há motivos suficientes para a manutenção da prisão de Adriana.
A operação foi deflagrada no dia 25 de abril, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) com apoio do Garras, após as investigações que tiveram início em 2021. Os policiais civis são acusados de cobrarem propina para devolver às vítimas uma carreta tomada em assalto na fronteira entre o Brasil e Paraguai.
Para reaver o bem, o casal dono do veículo pagou R$ 5 mil.
Ao todo, foram oito agentes presos, entre eles, João Batista Olmedo Júnior, Adriana Jarcem da Silva e Valdenei Peromalle, preso em Campo Grande por falta de vaga no presídio de Ponta Porã.
Peromalle é apontado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) como o operador do esquema, com a função de receber e distribuir as propinas para liberar veículos apreendidos nas delegacias deste município.
Também estão presos Marcio André Molina Azevedo, Marcos Alberto Alcântara, Mauro Ranzi, Rogério Insfran Ocampos (perito criminal) e Ricardo Alexandre Olmedo.
O escrivão de polícia Jonatas Pontes Gusmão, o “Jhow”, que também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no âmbito da operação, não foi encontrado em Ponta Porã no dia da operação, pois estava de férias, no interior de Goiás, onde acabou preso.