Nas cidades gêmeas, mais uma vez a história se repete. Mais do que aumentar as estatísticas numéricas sobre a violência e as feridas incuráveis que ela causa na sociedade, como se a fronteira fosse uma terra sem lei, 2022 será lembrado como um ano sem fim para famílias que perderam um parente para o crime a cada quatro dias.
Em Pedro Juan Caballero, do lado paraguaio, e também em Ponta Porã, em terras brasileiras, o crime organizado impõe sua mão pesada e deixa rastros de sangue e impunidade.
Um levantamento feito pela reportagem do Jornal Midiamax com base em informações divulgadas pelas forças policiais que atuam nos dois países, mostra que em 2022, 91 pessoas foram assassinadas. Os números revelam que na região que compreende a área de fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, essas pessoas perderam a vida em crimes considerados violentos.
Embora as duas cidades estejam mapeadas na geografia do crime organizado com disputas de domínios de territorialidade entre facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e outras ramificações paraguaias, entre elas o Clã Rotela, a região também tem registrado mortes ligadas a roubos e violência doméstica.
Apesar da frieza dos números e do impacto que eles provocam em quem mora em outros centros, para alguns, os crimes geram medo sim e devem ser tratados com o rigor necessário, mas para outros isso não pode transformar o lugar em fim do mundo. “Já me acostumei com a mística da cidade e há muito tempo percebi que aqui na fronteira as balas têm CPF e endereço”, comenta um comerciante que mora na região há décadas.
Sob o seu entendimento, apesar das estatísticas serem suficientes para assustar a população, a fronteira é um lugar bom para se viver. “É claro que temos que ter cuidados em qualquer lugar que a gente escolhe para morar e nessas bandas da fronteira, a situação não é diferente. Só que pelo que tenho visto ao longo desses anos, a possibilidade de uma bala perdida acertar alguém não é muito comum”, explica o morador de Ponta Porã, que tem uma loja do lado paraguaio.
Dinheiro manchado de sangue
Entretanto, o tipo de situação relatada pelo empresário brasileiro já aconteceu. Há cinco anos, o pastor evangélico Mesaque dos Santos Almeida foi atingido na cabeça por uma bala de fuzil. Ele passava de moto pela Avenida Marechal Floriano no exato momento de um tiroteio e precisou ser levado com vaga zero para o Hospital da Vida, em Dourados, onde morreu.
O alvo da pistolagem era Ezequiel Romero Spinoza, de 29 anos, que foi executado por quatro homens armados que estavam em um Ônix vermelho. Após metralharem o carro de Ezequiel, os criminosos deixaram o local. “Depois disso não me lembro que algo parecido tenha acontecido. De uma forma ou de outra, os envolvidos estão sempre conectados”, relata um policial civil aposentado que trabalhou em Ponta Porã.
Além da sombra nefasta do crime organizado, que gera bilhões de dinheiro manchado de sangue e mantém em dia uma extensa folha de funcionários da pistolagem, as duas cidades também passaram a conviver nos últimos meses com furtos de veículos, ataques a residências como forma de intimação e violência doméstica.
Na avaliação do secretário municipal de Segurança Pública, Marcelino Nunes de Oliveira, os índices de crimes violentos tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero são preocupantes e precisam ser revertidos. O próprio Marcelino, que estava acompanhado da esposa e de um filho, foi rendido por um trio de assaltantes armados e encapuzados, enquanto saía de um evento oficial em um quartel da cidade e teve a caminhonete levada pelos criminosos.
“A maioria desses crimes acontece do lado paraguaio, muitas vezes com brasileiros que têm os seus registros de óbitos realizados no Brasil e isso acaba computando como se o homicídio tivesse ocorrido do lado brasileiro”, pondera Marcelino, ressaltando que, por outro lado, os roubos e furtos que não envolvem veículo, diminuíram diante da ação das forças policiais do Estado e também do município que tem feito a sua parte.
“É preciso também que o Governo Federal possa fazer investimentos maiores para que a gente possa ter um controle maior na fronteira. Melhorando o sistema de vigilância, com o aumento do número de câmeras, através de um cercamento eletrônico, com a implantação da famosa muralha digital e um controle maior das nossas rodovias, semelhante ao espaço aéreo”, destaca Marcelino.
O secretário reconhece que é necessário aumentar o efetivo da Guarda Municipal e também da polícia civil e militar. “Além disso, precisamos unir nossas forças e fazer com que Ponta Porã seja um roteiro dessas delegacias especializadas, tanto o DOF, Defron, quanto o Garras, para que a gente possa combater esses crimes que tanto incomodam a sociedade”, defende Marcelino.
Linha que transcende fronteiras
“Estamos atravessando um momento em que, se nada for feito, teremos consequências muito graves. Diante do que estamos presenciando, o estado não pode ser mais fraco que as organizações criminosas”. A afirmação é do professor doutor da UNP (Universidade Nacional de Pilar) e analista de segurança e política, Juan Martens, em conversa exclusiva com a reportagem do Midiamax a respeito da violência no Paraguai.
Para Martens, que há anos desenvolve estudos sobre as relações do governo paraguaio e as organizações criminosas no país vizinho, as coisas, que já estavam fora do controle, caminham para o caos. Segundo o pesquisador, que também é advogado, a execução do promotor Marcello Pecci, por pistoleiros, e também o ataque ao prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, estão ligados por uma mesma linha que transcende fronteiras, que é o dinheiro do narcotráfico.
“Somos os maiores plantadores de maconha e não tenho receio nenhum em afirmar que hoje o Paraguai é um centro mundial de produção de cocaína. Mais do que um corredor de drogas que também chegam de outros países, aqui é o ponto de partida desse produto cobiçado e rentável que rende fortunas aos criminosos do PCC e também de outras organizações que disputam o domínio do narcotráfico para o Brasil e também para a Europa”, afirma Martens.
Na avaliação do analista, esses últimos acontecimentos envolvendo autoridades do Judiciário e também do Executivo, aliados à violência periférica, como queima de arquivos, expõem ainda mais a insegurança no Paraguai e também no Brasil.
“É evidente que o caos instalado no país não surgiu da noite para o dia. Não se trata de uma equação fácil de ser resolvida como se fosse um passe de mágica. Entretanto, não podemos deixar as coisas como estão. Temos que aproveitar essas questões pontuais, para mudar o rumo da história”, aconselha.
“São números assustadores que precisam ser revertidos, sob risco de colapso da segurança, não só do lado paraguaio, mas também na parte do território brasileiro, onde o domínio de facções criminosas como o PCC e CV (Comando Vermelho) está cada vez mais consolidado”, pontua o professor da UNP, defendendo o aparelhamento do estado com armas de tecnologia avançada e com serviços de inteligência eficazes e independentes.
‘Fio da navalha’
“Apesar de rezar todos os dias, deito e levanto com medo de ir trabalhar. Às vezes, tenho a sensação que não vou voltar para casa e rever meus filhos”, conta uma dona de casa brasileira, que mora em Ponta Porã, mas que precisa cruzar a Linha Internacional até uma loja de tecidos em Pedro Juan Caballero, do lado paraguaio, onde trabalha.
Para o prefeito de Ponta Porã, Hélio Peluffo, amigo de infância do intendente de Pedro Juan Caballero, administrar uma cidade já não é uma tarefa fácil, mas quando se trata da fronteira, o desafio toma proporções ainda maiores. “Esse é um lugar bom para se viver. Aqui criamos nossos filhos, mas é claro que essas exceções fazem com que a gente esteja sempre no fio da navalha”, relata.
Segundo Peluffo, nada do que acontece na fronteira é novidade, mas não dá simplesmente para conviver com elas e achar que é tudo normal. “Isso nos faz repensar a vida pública. Você se doa, você se dedica, assume compromissos, faz o melhor para a sociedade e muitas vezes acaba penalizado de uma maneira brutal”, pondera o prefeito ao lembrar do ataque sofrido por Acevedo, que assumiria o quarto mandato em Pedro Juan Caballero.
No segundo mandato na cidade, o prefeito contou à reportagem do Midiamax que, apesar de conhecer de perto a realidade e acompanhar o movimento entre as duas cidades gêmeas, Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, que é separada pela Linha Internacional, algumas vezes também sente medo. “É claro que a gente sente medo. Temos nossos familiares, filhos, netos. Mas eu tenho uma coisa que é maior que todo mundo que é Deus. E quem tem Deus não pode ter medo”, afirma Peluffo.
Entre as 91 mortes registradas dos dois lados da Linha Internacional, está a execução do prefeito José Carlos Acevedo, que ainda segue sem resolução. Por outro lado, há outros crimes que transcenderam fronteiras locais, como o assassinato do procurador Marcelo Pecci, que investigava o crime organizado em Pedro Juan Caballero.
Cronologia da violência nas cidades gêmeas em 2022
Janeiro
– Corpo com sinais de violência foi encontrado em Fortuna Guazu, região periférica de Pedro Juan Caballero. Segundo informações fornecidas pela Polícia Nacional, a vítima do sexo masculino não foi identificada, uma vez que não portava nenhum documento.
– Homem não identificado foi baleado por pistoleiros no bairro Bosque Carandá, em Ponta Porã. Com tiros no rosto e também no tórax, o rapaz foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
– Corpo sem os braços e já em estado de putrefação foi encontrado na região Aceite’í, nas proximidades de Pedro Juan Caballero. A vítima tinha 57 anos e foi identificada como Vicente Agustin Benitez.
– Pablo Dario Cantero Portillo, de 31 anos, foi encontrado morto na região de Cerro Corá, em Pedro Juan Caballero. A vítima estava sem uma das orelhas e apresentava sinais de tortura, segundo informações da Polícia Nacional.
– Homem de 30 anos, identificado pela polícia paraguaia como Rody Ariel Gimenes Alvarenga, foi metralhado por dupla em uma motocicleta. O crime aconteceu em Laguna Punta Porã, em Pedro Juan Caballero, na frente de uma choperia. A vítima dirigia um veículo Toyota Fortuner.
– Maricela Rojas Giménez foi executada por pistoleiros em Pedro Juan Caballero. Há suspeita de que o crime tenha sido encomendado por familiares do ex-marido, que foi assassinado em 2021, conforme dados da Polícia Nacional.
– Homem foi encontrado morto em estrada vicinal de Pedro Juan Caballero. Vítima foi assassinada com mais de 20 disparos de pistola 9 milímetros. Um veículo que pode ter sido utilizado no crime foi encontrado incendiado nas proximidades do local onde o corpo foi localizado.
– Corpo em estado de putrefação foi encontrado nas proximidades de uma fazenda em Pedro Juan Caballero. Alguns de pistola 9 milímetros foram encontrados nas proximidades do corpo. Vítima não portava nenhum documento e não foi identificada.
– Homem identificado como Jeverson Charles Ribeiro, com diversas passagens pela polícia paraguaia, foi encontrado morto em Pedro Juan Caballero. O corpo apresentava sinais de violência, segundo informações da perícia.
– Pistoleiros em um carro executaram o paraguaio Gilberto Gonzales Acosta, de 38 anos. Vítima foi morta enquanto tomava tereré em uma casa entre as ruas Panchito Lopez e 15 Agosto, no bairro San Gerado.
– Raul Fabian Rodas, de 36 anos, foi morto a tiros em frente a uma loja na região central de Pedro Juan Caballero. Os assassinos chegaram em uma moto e dispararam diversos tiros de pistola 9 milímetros contra a vítima.
– Homem não identificado foi encontrado morto em estrada vicinal nas proximidades de Pedro Juan Caballero. Segundo informações da Polícia Nacional, coro apresentava perfurações no tórax e também na cabeça.
Fevereiro
– Agentes da Polícia Nacional encontram carro totalmente queimado com uma pessoa dentro. A vítima não foi identificada pela perícia paraguaia, e estava no banco traseiro do veículo Toyota, que pertencia a uma mulher.
– Corpo de um homem, já estado de decomposição, foi encontrado no bairro Defensores del Chaco, em Pedro Juan Caballero. Vítima também não foi identificada, de acordo com informações da polícia paraguaia que investiga o caso.
– Joaquim Vinicius Miranda Borges, de 33 anos, foi morto por pistoleiros em Ponta Porã. Ele estava em uma BMW e foi fechado por dois veículos. Os ocupantes dispararam tiros de pistola 9 milímetros e também de fuzil, que atingiram a cabeça da vítima, que tinha diversos registros na Polícia Civil.
– Empresário do ramo de garagem de automóveis, identificado como Samuel Souza, foi executado com tiros de pistola. Crime aconteceu na rua Coronel Santana, no Jardim Primor, em Ponta Porã.
– Mulher de empresário que atua com venda de materiais de construção foi sequestrada em Ponta Porã. Ela foi mantida em cativeiro em uma residência em Pedro Juan Caballero e depois libertada, sem pagamento de resgate.
– O paraguaio Leonardo Zorrilla Gomes, que trabalhava como segurança privado, foi morto por pistoleiros. A vítima tentou se esconder em uma loja de autopeças, no bairro San Antônio, mas acabou atingido com disparos de pistola 9 milímetros.
– Três horas depois, mais um homem foi morto na fronteira com o Paraguai. Einer Miguel Pinazo foi executado a tiros dentro de um carro no Bairro Kamel Saad. De família ligada ao tráfico de drogas, Einer tinha acabado de completar 34 anos. A vítima é suspeita de ligação com o tráfico de drogas e receptação de carretas roubadas.
– Homem não identificado é encontrado por trabalhadores de fazenda nas proximidades de Pedro Juan Caballero. Vítima apresentava sinais de violência pelo corpo e marcas de tiros na cabeça, segundo informações da Polícia Nacional.
– Assaltante identificado como Edilson Francisco da Costa, de 54 anos, morre durante troca de tiros com seguranças da Receita Federal em Ponta Porã. Uma outra pessoa também ficou ferida, segundo informações da Polícia Civil da cidade que foi acionada.
– Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) deflagra Operação Ultranza, para investigar organização criminosa que movimentou mais de 100 milhões de dólares em bens. O dinheiro é decorrente do envio de cocaína em grande escala para a Europa.
Março
– Dois homens de 25 e 26 anos, foram executados em Pedro Juan Caballero em plena luz do dia. Conforme informações preliminares da Polícia Nacional, os pistoleiros chegaram próximo ao carro e efetuaram diversos disparos.
– Ramão Icassati da Costa foi encontrado morto por moradores do bairro Boa Vista, em Ponta Porã. O corpo da vítima tinha sinais de perfurações de balas de pistola 9 milímetros.
– Mauricio Gomes Aquino, 24 anos, morador da rua General Genes, em Pedro Juan Caballero, foi assassinado a facadas. Ele chegou a ser levado para o Hospital Regional da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
– Morre, após ser baleado na frente organização que comandava, o advogado Sandro Sánchez, conhecido como Dr. Cannabis, por distribuis remédio feito da planta da maconha. A vítima já tinha recebido ameaças. O caso segue se esclarecimento.
– Dois homens identificados como Miguel Ángel Sanabria e Francisco Javier Sánches foram executados em Pedro Juan Caballero. Segundo informações da Polícia Nacional, dupla foi abordada por pistoleiros.
– Ronaldo Cristaldo da Costa, foi assassinado com tiros de pistola 9 milímetros em Ponta Porã. Segundo informações da Polícia Civil, quatro pessoas teriam descido de um veículo e efetuado os disparos.
– Residência luxuosa em Pedro Juan Caballero é metralhada, durante 10 minutos e causa pânico na região do Blue Lagoon. Apesar dos estragos, nenhuma pessoa ficou ferida durante o ataque, segundo informações da Polícia Nacional.
Abril
– Quatro pessoas foram executadas durante a realização de uma festa no bairro Boa Vista, em Ponta Porã (MS). Segundo informações da Secretaria Municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, os pistoleiros que participaram da chacina chegaram em uma caminhonete.
– Dois corpos são encontrados em uma estrada vicinal de Pedro Juan Caballero. Segundo informações da Polícia Nacional, as vítimas apresentavam sinais de tiros de pistola 9 milímetros e não foram identificadas.
– Rômulo Calonga Medina, de 34 anos, brasileiro, dono de uma borracharia na Linha Internacional, foi executado a tiros. O empresário morreu agachado entre pneus. No local do crime foram encontradas 29 cápsulas de pistola 9 milímetros.
Em 26 de abril a adolescente Luana Gonçalves, de 15 anos, foi encontrada em uma vala nas proximidades de um shopping em Pedro Juan Caballero. Ela morava em Sanga Puitã e estava desaparecida há quatro dias depois de ter participado de uma festa. Com base em depoimentos da irmã, a vítima estaria grávida.
Logo após crimes de repercussão na fronteira, veículo usados por pistoleiros são destruídos (Reprodução)
Maio
– Anderson Bambil Melgarejo, foi executado dentro do próprio açougue em Ponta Porã. Segundo informações policiais, os assassinos chegaram no estabelecimento comercial do brasileiro em uma motocicleta. O comerciante tentou se esconder no escritório, mas foi atingido por um dos pistoleiros, enquanto o outro preparava a fuga.
– Alexis Fernandes, mecânico de motocicleta foi atingido por dois pistoleiros em Pedro Juan Caballero. ‘Alê’ como era conhecido na fronteira teve ferimentos na cabeça, pescoço, ombro e abdômen. Os suspeitos foram presos durante perseguição da Polícia Nacional.
– Corpo com sinais de violência e já em estado de decomposição é encontrado por populares em área rural nas proximidades de Pedro Juan Caballero. A vítima estava sem documentação e não foi identificada pela polícia paraguaia.
– Embora o procurador Marcelo Pecci tenha sido executado durante Lua de mel na Colômbia, sua morte também repercutiu em Pedro Jan Caballero. Ele investigava a chacina ocorrida em outubro de 2021 na cidade. Entre as quatro pessoas mortas estava a filha do governador Ronald Acevedo.
– Um homem não identificado pela Polícia Nacional foi atingido por pistoleiros em Pedro Juan Caballero, na região central da cidade. Encaminhado para o Hospital Regional, vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu.
– Gerardo Florenciano Coronel, de 41 anos, foi encontrado morto no bairro Fronteira Verde, em Pedro Juan Caballero. A vítima estava dentro de casa e já sem os sinais vitais, conforme relato da namorada à Polícia Nacional.
– Denis Gabriel Pereira, de 33 anos e Luis Henrique Arguello Meza, de 27, foram executados com tiros de pistola na avenida Dr. França, nas proximidades de supermercado em Pedro Juan Caballero. Os dois estavam em veículo Toyota de cor vermelha.
– Após sair de uma reunião na sede da administração municipal, o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo foi atacado por pistoleiros. Ele foi levado para o Hospital particular Vida. Após cinco dias internado, Acevedo não resistiu aos ferimentos causados pelos tiros de pistola 9 milímetros.
O corpo de Acevedo foi sepultado no cemitério Cristo Rei em Ponta Porã, onde estão enterrados o pai Don Florencio Acevedo e o irmão dele, Roberto Ramón Acevedo Quevedo. O cortejo fúnebre do prefeito foi acompanhado por uma força-tarefa que inclui policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Polícia Militar e GCMfron (Guarda Municipal da Fronteira) e Polícia Nacional do Paraguai.
Em várias entrevistas concedidas à mídia paraguaia, o irmão do prefeito, que ocupava o cargo de governador do Departamento de Amambay à época, Ronald Acevedo fez duras críticas às forças policiais do Paraguai e principalmente ao presidente da República, Mario Abdo.
Segundo ele, a cidade sempre foi dominada pelo crime organizado e o governo nunca fez nada para esclarecer a morte da sua filha Haylée Acevedo, durante uma chacina em outubro de 2021. “Mario Abdo Benítez é o único responsável por tudo o que está acontecendo na cidade”, foi a declaração de Ronald Acevedo, governador de Amambay durante entrevista logo após o atentado contra o irmão.
Junho
– Quatro pessoas ficaram feridas durante ataque em frente a uma choperia localizada na rua Julia Miranda Cueto de Estigarribia, nas proximidades da Lagoa Punta Porã, em Pedro Juan Caballero. Entre eles estão duas mulheres e dois homens. O alvo era o filho do ex-prefeito de Sanja Pytan.
– Joana Darc Martins foi assassinada pelo marido em Ponta Porã. Ela foi espancada até a morte e teve o corpo lavado para despistar a polícia. O marido pediu a ajuda de um vizinho que desconfiou do caso e denunciou o criminoso.
-Empresário de Ponta Porã, identificado com Juliano Medina, é metralhado em São Paulo. Ele foi executado em uma estrada vicinal em São Pedro, cidade do interior dentro de um carro de luxo. Diversos cartuchos de armas de diversos calibres foram encontrados no local.
– Uma brasileira foi presa em uma pista clandestina de Pedro Juan Caballero com 321 quilos de cocaína. Ele transportava a droga em um veículo Corsa depois de ter pego o entorpecente de uma aeronave.
– Ex-diretor da Penitenciária de Tacumbu, Oscar Gonzales foi executado a tiros, em Assunção, mas tinha ligações com o crime organizado em Pedro Juan Caballero, principalmente com membros do PCC (Primeiros Comando da Capital).
– Derlis Luis Martínes, de 24 anos foi assassinado a facadas em frente a um armazém na avenida Fernando de la Mora, no bairro Obrero, em Pedro Juan Caballero. Ele chegou a ser levado para o Hospital Regional, mas não resistiu.
– Marcos Fabian Rojas, é morto após invadir residência na Rua General Brugues com Primeiro de Dezembro, em Pedro Juan Caballero. Segundo informações, o crimino tentou matar o proprietário da casa. Duas pessoas ficaram feridas e foram levadas para o hospital.
– Raimundo Ribeiro, identificado como ‘Véio do Gelo’, foi assassinado em Ponta Porã, com vários disparos de pistola 9 milímetros. O corpo foi encontrado nas proximidades do prédio da secretaria municipal de Saúde.
Julho
– Robert Gabriel Montiel, de 32 anos foi assassinado por dois pistoleiros em uma motocicleta. Ele foi executado na avenida Carlos Antonio Lopez, esquina com a avenida Manuel Domingos, região central de Pedro Juan Caballero, enquanto dirigia um carro.
– Subcomissário da Policia Nacional foi executado em frente à sua casa com mais de 20 tiros de pistola 9 milímetros. Secundino Cañiza, de 46 anos foi atingido com saia de casa, no bairro San Blas, em Pedro Juan Caballero
– Veículo encontrado queimado em bairro residencial de Ponta Porã
– Ameaça de ataque de deixou policiais do Paraguai e do Brasil em alerta. Os atentados seriam feitos por ‘Dogão’, apontado como um dos líderes do PCC e que estaria comandando mais de 40 pessoas fortemente armadas.
– Mulher é encontrada morta nas proximidades de uma fazenda em Ponta Porã, O corpo tinha sinais de perfurações de tiros. Ela foi identifica como Elizangela de Oliveira Brites, de 44 anos e era funcionária pública municipal.
– Homem preso na Avenida Brasil, em Ponta Porã com pistolas. Criminoso já tinha sido flagrado com arsenal de guerra. As armas seriam usadas para assaltar bancos no Brasil, segundo informações da Polícia Civil.
– Nilson Villaalta López, 29 anos e Priscillo Villaalta López, 31 foram executados em Zanja Pytan, nas proximidades de Pedro Juan Caballero. Segundo informações da Polícia Nacional, os dois são irmãos e tem histórico criminal por roubo e homicídio.
– Polícia encontra ossada de uma pessoa. Os restos mortais estavam em uma fazenda na Colônia Estrella, em Pedro Juan Caballero. Vítima não foi identificada pela Polícia Nacional.
– Andreis Jimenes, brasileiro, foi morto a tiros na Linha Internacional. Familiares reconheceram o corpo do rapaz.
Agosto
– Homem é executado com tiros de pistola no bairro Marambaia, em Ponta Porã. Corpo não foi identificado, segundo informações da Polícia Nacional.
– Estudante é esfaqueado em uma escola estadual de Ponta Porã. Arma estava na mochila do adolescente.
– Carro de luxo alvejado no estacionamento na rua D. Francia, esquina com Jorge Berges, proprietário estava em um cassino na Linha Internacional, em Pedro Juan Caballero. Ninguém ficou ferido.
– Policial Militar persegue e prende assaltante no bairro Jardim Planalto, em Ponta Porã.
– Homem de 38 anos, morador do bairro Jóquei Clube foi baleado em frete a uma padaria, na região central de Ponta Porã. Estudante de medicina, Luiz Fernando Andrade França, foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu. Um homem identificado como ‘Cobrinha’ foi preso dias depois, acusado pelo homicídio do estudante.
– Senda (Secretaria Nacional Antidrogas) apreendeu armamento pesado com munições em uma residência de Zanja Pytán, em Pedro Juan Caballero.
– Edemir Chiori Cabrera, foi encontrado morto na Linha Internacional, em Pedro Juan Caballero. Tinha ferimentos de arma de fogo e sinais de queimaduras nas pernas e também na barriga. O corpo estava ao lado de um veículo Prisma.
– Deidâmia Aguero Cespédes, de 24 anos, moradora do bairro General Génes, foi assassinada pelo marido, em Pedro Juan Caballero, que depois tentou se matar.
– Pistoleiros disparam mais de 100 tiros em residência no bairro Defensores do Chaco, em Pedro Juan Caballero. Criminosos estavam a bordo de um Fiat Wey. Um veículo Volkswagen Tovareng, blindado, foi alvejado com mais de 55 tiros. O dono é um policial paraguaio e estava jantando em sua casa.
– Indígena de 26 anos foi encontrado morto com vários ferimentos na cabeça. Crime aconteceu no bairro Guavira, em Cerro Corá, nas proximidades de Pedro Juan Caballero.
Setembro
– Cleonice Mira Freire da Silva, 52 anos, foi assassinada pelo marido, Mauro Lúcio de Souza, de 50 anos, em Ponta Porã. O autor teria cometido suicídio após o crime – corpo foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas do próprio carro.
– Humberto Andres Godoy Coronel, 33 anos, jornalista, foi assassinado na rua 14 de maio com Cerro León, bairro Perpétuo Socorro, Pedro Juan Caballero. Ele trabalhava na Rádio Amambay.
– Felipe Olmedo Rivarola estava desaparecido e seu corpo foi encontrado em estrada vicinal na Colônia Potrero Sur, em Pedro Juan Caballero.
– Miguel Aristides Arguello Pizzani foi executado na rua República de Cuba, entre a Lomas Valentinas Rúbio Ñu, no bairro Bernardino Caballero, em Pedro Juan Caballero.
– Pastor Wifrido Arce, da Igreja do Céu, foi assassinado na avenida Guyra Campana, esquina com Mainumby, no bairro Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero. Ele foi morto na porta da própria igreja, com vários tiros de pistola 9 milímetros. Vítima tinha ligação com o narcotráfico
– Houve tentativa de motim em Pedro Juan Caballero, com disputa entre membros do Clã Rotela e PCC.
– Marcos Daniel González Chilavert foi executado no bairro jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero.
– Licidio Felipe Speroni foi encontrado morto ao lado de uma caminhonete em Ponta Porã. Carro foi metralhado, na rua Artur da Silveira, bairro BNH, nas proximidades de uma padaria.
– Humberto Emílio Pereira Alvarenga, de 32 anos, foi executado na rua Marechal Floriano em frente a Eletrônica Nova Era, em Ponta Porã.
Outubro
– Alexandro dos Santos Silva, de 36 anos, de São José do Rio Claro, Mato Grosso, morreu em confronto com a Polícia Militar de Ponta Porã. Alexandro estava armado com um fuzil e trocou tiros com os policiais na Vila Reno.
– Cledson Dias Marques, o ‘Mixaria’, foi morto com tiros de pistola 9 milímetros. Ele tinha registro de diversas passagens pela polícia e foi executado em Ponta Porã, quando estava trabalhando no reparo de um motor em uma oficina mecânica.
– Anderson Hugo Pereira Félix, de 29 anos, estudante de medicina, estava com pulseira de festa quando o corpo foi encontrado em estrada vicinal de Pedro Juan Caballero. Ele teve a cabeça esmagada com uma pedrada. Três pessoas foram presas por envolvimento no crime. Um deles alega inocência.
– Ana Carolina foi assassinada pelo marido Nelci Cassimiro com golpes de faca na frente dos filhos. O crime aconteceu no Distrito Nova Itamarati, em Ponta Porã. Dias depois, o marido se apresentou acompanhado por dois advogados, mas teve a prisão preventiva decretada.
– Três pessoas morreram no Departamento de Amambay, em área que fica nas proximidades de Pedro Juan Caballero, durante confronto com soldados da FTC (Força Tarefa Conjunta). As vítimas foram identificadas como Oswaldo Villalba, Ernesto Daiel Villaba (filho) e Lucina Arguello. Os três eram ligados ao grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo Paraguaio).
– Cléber Riveros Segóvia, de 31 anos, também conhecido como ‘Dogão’, foi executado por matadores de aluguel com mais de 150 tiros. Ele era apontado como um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e atuava na região de fronteira, entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.
O criminoso, que também tem identidade registrada no Brasil, segundo informações da Polícia Nacional do Paraguai, tinha se mudado há cerca de 15 dias de Ponta Porã. O crime aconteceu em sua casa localizada em um condomínio residencial que fica na Represa Capivara, em Sertaneja, no norte do Paraná, onde morava com a esposa.
Novembro
– Ataque a um supermercado de Ponta Porã, no Jardim Universitário. Durante o atentado a tiros, quatro pessoas ficaram feridas. Segundo informações da Polícia Civil de Ponta Porã, os pistoleiros estavam em uma motocicleta.
– Sequestro e assalto em Santa Tereza, bairro de Pedro Juan Caballero. O casal de empresários saía de casa quando foi rendido por criminosos armados e encapuzados. Nenhuma pessoa ficou ferida.
– Neomar Joverton Savaje Fontana foi encontrado morto dentro de um veículo na região central de Ponta Porã. Perto dali, Lucas dos Santos Freitas foi alvejado por tiros de pistola dentro de uma casa. Durante troca de tiros, mais duas pessoas foram feridas.
– Carlos Anhasco Espinaço, 39 anos, foi executado enquanto construía o muro da sua casa, no bairro Jamil Saldanha, em Ponta Porã. Ele tinha envolvimento com o narcotráfico. Familiares com passagem pela polícia também foram mortos em Campo Grande.
– Mario Werner Niz Echague foi vereador em Pedro Juan Caballero e era filiado ao PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico). Ele foi morto a tiros em armazém da cidade, de propriedade da irmã, onde consumia bebidas alcoólicas. Pistoleiros disparam mais de 20 tiros 9 mm.
– Hugo César Salina Pereira foi executado no bairro San Gerardo, em Pedro Juan Caballero. Ele era empresário do ramo de materiais de construção. A vítima estava dentro do veículo, que foi metralhado.
– Rubén Dario Ortellado, 33 anos, foi assassinado enquanto pilotava uma motocicleta nas ruas de Pedro Juan Caballero. A vítima foi atingida com vários disparos de pistola 9 milímetros por dupla de pistoleiros que estava em outra moto.
Dezembro
– Um homem de 33 anos, que não teve a identidade revelada pela polícia, foi assassinado a facadas durante uma briga na rua Tamboril, no bairro Ponta Porã I, em Ponta Porã, na fronteira com Pedro Juan Caballero.
– Suboficial da Polícia Nacional, identificado como Esteban Cañete foi morto durante troca de tiros com criminosos, após assalto a uma casa de câmbio em Pedro Juan Caballero.
– No mesmo dia Além de Burt Lancard da Silva Meneses, de 47 anos, que era membro da organização ‘Novo Cangaço’, os outros dois são Daniel de Souza de Oliveira e Guillerme da Silva Sebastião. Os corpos, segundo a polícia paraguaia, já foram entregues aos familiares.