Empresário assassinado em Dourados tinha sido inocentado da acusação de tráfico de drogas

Os advogados Salomão Abe e Ali El Kadri afirmaram nesta quarta-feira (14) que o empresário Júnior da Silva Bonato, o Juninho assassinado na noite do dia 7 deste mês, no escritório da empresa DG Transportes no Altos do Jaguapiru. Juninho, que segundo os advogados também era corretor de imóveis e vendedor de veículos, foi morto com mais de 10 tiros de pistola por um homem ainda não identificado que fugiu do local com uma SW4, que foi encontrada abandonada no dia seguinte.

Os Salomão e El Kadri afirmaram que “mesmo Júnior tendo sido injustamente preso preventivamente, como ficou claro a toda sociedade agora ao final do processo, a Justiça foi feita, face sua absolvição”. Ainda, nas palavras dos advogados, “em um Estado Democrático de Direito, o princípio da presunção de inocência é uma garantia fundamental de todos os cidadãos, indiscriminadamente, e deve ser observada ao longo de todo o processo, sob o risco de prisões injustas, como fora a de Júnior”. A sentença foi proferida pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo (SP).

Júnior

Em 2011 Júnior Bonato foi denunciado pelo Ministério Público Federal por associação para o tráfico internacional de drogas. Ele e outros denunciados vinham sendo investigados desde 2009 e em 2010 os suspeitos tiveram seus telefones “grampeados”. Os advogados dizem que a prisão do cliente deles se deu porque no caro que ele foi abordado em 1 de marco de 2010 pela PF, havia um bilhete com o telefone de uma pessoa identificado como Tio, que teria sido citada em mensagem interceptada do dia 2 de fevereiro de 2010”. Na sentença da juíza teria considerado que era “forçoso se reconhecer” que tal prova indicaria o envolvimento dele no crime de associação; sendo, portanto, tal elemento “controverso e inconclusivo”, segundo afirmou a juíza. Ou seja, não poderia haver uma condenação criminal tão somente com base em um bilhete encontrado no veículo do acusado.

Prisão do sócio

Os advogados Salomão Abe e Ali El Kadri que já tinha sido procurados pela reportagem no começo da semana quando foi preso o sócio de Júnior Bonato, Rodinei Alves dos Santos , se pronunciaram na mesma nota sobre  caso e disseram que a prisão foi ilegal e o fato foi reconhecido pelo judiciário que determinou a soltura de Rodinei que era tido como suspeito de ter participação no crime e por fraude processual, já que destruiu o aparelho celular dele que foi jogado em uma estrada que dá acesso ao Distrito Industrial de Dourados. Em depoimento ele negou participação na morte do sócio e disse que o aparelho foi quebrado pois tinha conteúdo de cunho sexual e particular dele da esposa e de outras pessoas da sociedade.

A liberdade concedida a Rodinei foi considerada acertada pelos advogados que disseram que não havia flagrante e nem provas para sustentar a prisão dele e que confia no trabalho que vem sendo feito pela polícia que deverá elucidar o caso com prisão do assassino e dos possíveis mandantes.

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