O Jornal Midiamax publicou nesta terça-feira (21/5), reportagem em que revela como 5G funciona, e muito bem, dentro no presídio da Máxima, em Campo Grande. De dentro da penitenciária, um ‘detento influencer’ posta a rotina dos demais colegas.
Na rede social Facebook, o presidiário posta fotos no pátio da Máxima, dentro da cela, junto de outros encarcerados. Em janeiro deste ano, o detento fez uma postagem parabenizando a filha pelo aniversário e pedindo desculpas por estar longe por um tempo.
As fotos publicadas em seus stories teriam sido postadas na semana passada e uma outra onde aparece com um colega de cela na noite dessa segunda-feira (20/5), segundo o site.
Conforme o Midiamax, o preso deu entrada no presídio em fevereiro de 2021, e tem passagens por associação criminosa, ameaça e evasão de custódia, e tráfico de drogas.
A reportagem afirma que não há bloqueadores de sinal e muito menos combate efetivo da corrupção entre a cúpula de servidores, o que proporcionou escritórios conectados com o mundo para detentos que comandam organizações criminosas a partir das celas da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).
Em nota, a Agência que “a Gerência de Inteligência da Agepen já havia identificado e realizado o processo de investigação necessário, bem como medidas administrativas vem sendo tomadas”.
Sem bloqueadores e celulares na Máxima
Esquema supostamente organizado em parceria entre presos faccionados e servidores da administração penitenciária corrompidos teriam transformado as ‘telecomunicações ilegais’ em negócio milionário nas cadeias da Agepen.
Para funcionar, o esquema aproveitaria brechas intencionalmente mantidas. Dessa forma, o acesso de empresas terceirizadas, a ‘vista grossa’ para o arremesso de pacotes para dentro dos presídios, a entrada de visitas e até mesmo de servidores que burlam revistas seriam os meios de colocar aparelhos celulares nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul.
Portanto, não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, mostram as inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen. Isso sem falar dos constantes flagrantes de celulares e até explosivos ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias.
Preso Tiktoker
Em fevereiro deste ano, um detento ‘tiktoker’ também postava vídeos de dentro da Máxima. Os vídeos circularam em grupos de WhatsApp, onde mostravam vários internos no pátio da penitenciária. Nas imagens é possível ouvir o detento falando “sextou”.
No vídeo, o detento fala “esse é o ambiente. Realidade é só uma”, ao fazer as imagens de outros internos no pátio. Ele ainda diz: “Olha o muro, é só jogar os pombos por cima”. O interno tem mais de 16 mil seguidores na conta do TikTok.