Considerada pela Polícia Federal a maior operação de 2020, foram apreendidos hoje (23), durante a Enterprise, R$ 1 bilhão. Além disso, Mato Grosso do Sul foi apontado como o Estado rota da cocaína enviada para a Europa.
A operação foi deflagrada em dez Estados brasileiros, e também apreendeu drogas e dinheiro, fruto de lavagem feita pela organização criminosa que começou a ser identificada em setembro de 2017, depois de apreensão de uma carga de cocaína no Porto de Paranaguá.
Segundo o delegado Elvis Secco, da Coordenação Nacional de Repressão a Drogas, Arma e Facções Criminosas, apenas nesta segunda, foram apreendidos em espécie, 11 milhões de euros e 2 milhões em propriedades da organização criminosa, que tinha como líder um brasileiro que morava na Europa e tinha um grande patrimônio sequestrado pela Polícia Federal.
Ainda de acordoo com a PF, os membros da organização tinham trânsito livre pela Europa com o uso de passaportes falsos, que também enviava cocaína para a África.
Os euros apreendidos pelos policiais federais, um total de 11 milhões, estava em malas dentro de um porta-malas de uma van, em Lisboa. A polícia acredita que possam existir outros bunkers escondendo dinheiro do narcotráfico.
“Os grandes líderes das organizações criminosas estão na elite financiando outros crimes”, disse o delegado Elvis Secco.
Foi necessário o acionamento da Interpol já que muitos membros da organização moravam em outros países. 37 aeronaves foram apreendidas durante a operação, sendo que um dos aviões foi avaliado em 20 milhões de dólares. Várias armas de fogo, 200 quilos de cocaína em Paranaguá foram apreendidos nesta segunda.
Ainda de acordo com o delegado da Polícia Federal, a operação ‘arrebentou’ com a estrutura da organização criminosa dentro e fora do país.
7 grupos no Brasil
A organização criminosa tinha sete grupos no Brasil, sendo que haviam grupos que eram responsáveis pela logística do envio da cocaína para a Europa e subgrupos em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Em São Paulo eram dois grupos grandes de logística que fazia o envio através dos portos. Já no Rio Grande do Norte outros dois grandes grupos que faziam o envio através de barcos de pesca e de cargas de frutas.
E dois subgrupos que funcionavam em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Operação
Foram sequestrados 400 milhões em imóveis, veículos de luxo, aeronaves, havendo a expectativa de que novos bens sejam identificados após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. A ação é conjunta junto da Receita Federal dando sequência ao cumprimento de diretrizes de descapitalização patrimonial, prisão de lideranças e cooperação internacional sendo a maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e na apreensão de cocaína nos portos brasileiros, já que a organização é especializada no envio de cocaína para a Europa. O esquema utilizado pelos criminosos consistia na lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior com uso de várias interpostas pessoas ‘laranjas’ e empresas fictícias, para dar aparência lícita ao lucro do tráfico. Cerca de 670 Policiais Federais e mais 30 servidores da Receita Federal.