Na mensagem, o criminoso que comandava uma ‘agência de pistolagem’, e foi encontrado morto com 33 perfurações na manhã de sexta-feira (16), em Pedro Juan Caballero, ataca os ‘colegas’ de profissão.
“Eu posso amanhecer na frente da sua casa, você pode me sentir ao amanhecer e o que vão fazer? Vocês não são bandidos. São principiantes”, diz Márcio Sánchez no áudio gravado em guarani.
Segundo a imprensa paraguaia, ‘Abacate’ se intitulava como chefe da fronteira. No final da mensagem enviada pelo ex-segurança de Jorge Rafaat, ele afirma: “vou destrocá-los com fuzil se incomodarem, porque ninguém vai salvá-los, nem mesmo se ajoelharem aos pés de Deus”, finaliza.
Um detalhe no caso é que Márcio foi executado no mesmo dia que seu ex-patrão, sete anos depois.
Pistoleiro teria participado de festa com ‘amigos’
A Polícia Nacional fez diligências em uma mansão alugada em Pedro Juan Caballero, e acredita que o criminoso tenha sido executado lá, isso porque ‘amigos’ o teria atraído até a residência para que participasse de uma festa.
A informação é do chefe da equipe policial responsável pela investigação, o comissário Luis López. Ele também afirma que a residência foi alugada pelo cunhado de ‘Abacate’.
Ainda segundo o comissário, para os investigadores há a convicção de que o líder dos pistoleiros, acusado de ser o responsável direto mais de 50 assassinatos por encomenda, foi morto por seus próprios guardas e parentes.
“Todo mundo sabia”
O prefeito de Pedro Juan, Ronald Acevedo reiterou suas críticas às autoridades de segurança, isso porque segundo ele, Márcio Ariel foi o responsável pelo massacre que resultou na morte de sua filha Haylée Acevedo.
“Todo mundo sabia o que Marcio estava fazendo ou onde estava, menos a Polícia Nacional”, declarou o político. E não para por aí, outra acusação do prefeito é sobre a morte de seu irmão, o ex-prefeito José Carlos Acevedo.
Ações filtradas
No mesmo dia em que ‘Abacate’ foi executado, Ronald Acevedo disse à mídia paraguaia que as ações da Polícia Nacional são ‘filtradas’ e que por isso são ineficazes. Segundo ele, que todos os paraguaios são “vítimas do Estado, que não dá segurança a nenhum cidadão”.
“Sempre defendi que (Aguacate) estava por aqui ameaçando as pessoas. Na zona maneja-se que o final delas seja o cárcere ou o cemitério. Um morre e vêm dez. Nunca mexemos com eles, somos vítimas. Logicamente temos medo”, declarou o prefeito de Pedro Juan Caballero.