Mesmo com as autoridades paraguaias garantindo que a fronteira está fechada por causa da pandemia do Covid 19, não para de crescer o número de apreensões de drogas, cigarros e outros produtos contrabandeados daquele país. Somente nos seis primeiros meses deste ano já foi apreendido mais entorpecente do que o ano de 2019 todo.
Cresce também o número de apreensões de cigarro produzido no Paraguai e contrabandeado para o Brasil e que abastece praticamente todos os estados da federação. Na mesma proporção aumenta as apreensões de materiais eletrônicos, brinquedos, vestuários, calçados, essência de narguile e outros produtos importados dos países asiáticos e que são comprados legalmente no Paraguai e contrabandeados para o Brasil onde são vendidos sem o pagamento de tributos.
A presença de centenas de militares fortemente armados na Linha Internacional em Pedro Juan Caballero, Ciudad Del Este, Salto Del Guairá, Bella Vista Norte e outras cidades que fazem fronteira com o Brasil, parece apenas um teatro para dar uma sensação de segurança para a população local que vê a cada dia aumentar o número de pessoas contaminadas pelo coronavírus em território guarani.
Uma mostra de que a presença ostensiva de militares e o impedimento do trânsito de pessoas entre o Brasil o Paraguai, seria como dizem na fronteira uma “broma” ou piada em bom português, foi a apreensão de um comboio que tinha pelo menos 20 veículos com os mais diversos e variados produtos oriundos do comércio paraguaio.
A apreensão aconteceu na madrugada desta quinta-feira (2) na rodovia MS 379 entre Laguna Carapã e Dourados, onde militares do Departamento de Operações Fronteira (DOF), abordaram o comboio que vinha para Dourados e depois seguiriam para outras cidades do Mato Grosso do Sul e outros Estado.
Foram apreendidos 952 Smartphones da marca Xiaomi; 25 aparelhos de iPhones; 06 celulares Motorola; 182 celulares MI; 195 celulares de marcas diversas; 04 aparelhos Playstation; 08 volumes de essência para narguilé; uma caixa de adaptador Wi-Fi, e diversas outras peças de eletrônicos, peças de vestuários, óculos em um valor estimado em mais de R$ 3 milhões.
Enquanto isso milhares de brasileiros e paraguaios que moram nas chamadas cidades fronteiriças e que moram e trabalham nestas localidades, perderam o direito de ir e vir livremente e com isso perderam seus empregos e hoje passam por dificuldades financeiras e muitos já passam até fome.
Todo o material foi entregue na Receita Federal de Ponta Porã que ainda vai levar algum tempo para fazer a contabilidade de tudo que foi apreendido. Ou seja: a fronteira fechada está mais aberta que nunca.