Durou menos de 24 horas a autorização para os comerciantes de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã pudessem voltar a comercializar seus produtos em um “corredor sanitário comercial” que foi estabelecido pelo governo paraguaio e que começou a vigorar na manhã desta quarta-feira (22). Por decisão da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, as atividades foram interrompidas as duas horas de tarde de hoje e só deverá a ser retomada depois que forem estabelecidas todas as regras para funcionamento do “delivery”.
Há vários meses a entrada de pessoas no Paraguai está proibida nas cidades que fazem fronteira com aquele país e com isso o comércio em cidades como Pedro Juan Caballero, Ciudad del Este e Salto estão amargando prejuízos milionários e diversos postos de trabalho foram fechados.
Na segunda-feira um pedido da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero foi atendido pelo governo central do Paraguai e na manhã de hoje diversas barracas foram montadas permitindo que produtos comprados em Pedro Juan Caballero e em Ponta Porã, por aplicativos ou de outras fossem entregues nestes locais. Mas uma lista do que pode ser comercializados em sua maioria alimentos e gêneros de primeiras necessidades, mas logo os comerciantes perceberam que importadores e exportadores estavam tentando se aproveitar da medida o que acabou causando revolta nos dirigentes lojistas e as atividades foram suspensas.
As autoridades notaram também que a falta de uma regulamentação poderia colocar em risco as medidas sanitárias adotadas desde o início da chamada Quarentena Inteligentes, por parte do Paraguai e que já está em sua quarta fase, e aparentemente tem dado resultado com o país registrando bem menos casos de covid 19 do que outros países da América do Sul.
“Tomamos esta medida para proceder a regulamentação da atividade e evitar abusos por parte de quem não precisa ser beneficiado com o corredor sanitário e não colocar em risco a saúde da população”, disse Hugo Barreto, presidente da Câmara de Comércio.
Durante todo o dia os dirigentes das entidades que representam os comerciantes de Pedro Juan e Ponta Porã mantiveram contatos e reuniões e um protocolo oficial que estabelece regras está sendo elaborado.
De acordo com Barreto, a comercialização na Linha Internacional deve recomeçar nesta quinta-feira, com normas claras e bem definidas. “Já prevíamos uma aglomeração, pois desde março a fronteira estava fechada, mas foi acima da nossa expectativa e ainda houve quem quisesse tirar proveito da situação. Bebidas alcoólicas e outros produtos que não estavam permitidos, foram trazidos para serem enviados ao Brasil. Nossa intenção não era essa, e por isso é necessário repensar uma forma de manter o comércio funcionamento, sem que haja uma ordem de fechar tudo novamente”, acrescentou o comerciante.