Uma mulher morta a cada seis horas no Brasil em 2022. Foram 1,4 mil mulheres, o maior dado registrado no País desde que a Lei de Feminicídio entrou em vigor em 2015.
Os números foram extraídos do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que apontaram a triste realidade em Mato Grosso do Sul. O Estado teve a maior taxa de feminicídio do Brasil, 3,5 a cada 100 mil mulheres; e lidera o ranking nacional com a maior taxa de assassinatos, 8,3 a cada 100 mil mulheres.
O Dossiê Feminicídio do Ministério Público Estadual mostra que, no ano passado, 161 mulheres foram vítimas de feminicídio, sendo que 37 resultaram em morte e 124 foram tentados. O que chama atenção: em 66,7% dos casos, houve descumprimento de medida protetiva após intimação do autor e 37,1% das vítimas tinham idade entre 20 e 29 anos. Em apenas 4 meses de 2023, já foram registrados 59 casos, sete deles com vítimas fatais.
Os altos índices de casos de feminicídio reforçam que as mulheres ainda estão vulneráveis e expostas a diferentes formas de violência. Elas lutam pelo direito à vida e pela liberdade de fazerem suas próprias escolhas, como, por exemplo, romper um relacionamento abusivo sem que o parceiro a mate ou a ameace por não aceitar o término da relação.
Saber identificar os sinais de abusos e controle disfarçado de cuidado, ter apoio para denunciar e sair dessas relações conflituosas são primordiais para romper esse ciclo de violência e evitar a perda de uma vida.
Neste sentido, o MPMS, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais e do Controle Externo da Atividade Policial (CAOCRIM) e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça dos Direitos Constitucionais do Cidadão, dos Direitos Humanos e das Pessoas com Deficiência (CAODH), lança, no dia 1º de junho, a campanha “Seu silêncio pode matar você”, alusiva ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.
Neste dia, o MPMS fará uma ação coordenada com os Promotores de Justiça atuantes na violência doméstica, além da presença do ator e produtor, Raul Gazolla, que já vivenciou a triste experiência de perder uma pessoa para o feminicídio. O evento será transmitido ao vivo pelo Youtube da Instituição.
A iniciativa busca sensibilizar e provocar uma reflexão junto à sociedade sobre os altos índices de violência doméstica e familiar contra a mulher no Estado e no País, principalmente no aumento dos casos de feminicídios. Capitaneada pelo Ministério Público Estadual, a ação quer dialogar com todos sobre a necessidade de união de esforços entre poder público e sociedade civil, para construir uma relação de confiança entre a mulher e as inúmeras redes de apoio.
A campanha, feita com parcerias, será divulgada em outdoors, busdoors, rádio, televisão, painel eletrônico, e-mail marketing, aplicativo de transporte, aplicativo de relacionamentos e redes sociais.