Lula fala de reformas e promete ‘vender Brasil para o mundo’

Candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expôs suas propostas para a agropecuária brasileira em entrevista exclusiva ao Canal Rural.

Entre outros temas, Lula falou sobre economia, Orçamento, reformas administrativa e tributária, Petrobras, Embrapa e comércio exterior.

Segundo entrevistado pela série de entrevistas com presidenciáveis promovidas pelo Canal Rural — o primeiro foi Ciro Gomes (PDT) —, o ex-presidente respondeu a perguntas formuladas por três profissionais da emissora: o diretor de conteúdo Giovani Ferreira; o jornalista e apresentador Antônio Pétrin; e o comentarista Miguel Daoud.

Comércio exterior

Questionado sobre a relação do Brasil com outros mercados, Lula disse que o Brasil tem um potencial agrícola invejável.

“O Brasil vai vender tudo o que produzir aqui dentro no exterior. E a gente não vai ceder às exigências. A gente vai negociar com eles”, disse.

Lula disse que tem orgulho de ter levado o agronegócio brasileiro para a China e para outros países.

“Foi para que a gente pudesse mostrar ao mundo que somos uma alternativa para alimentar parte da humanidade”, afirmou.

Segundo o ex-presidente, quando se trata de agricultura, o Brasil está em um ponto sem retorno.

“O que precisamos fazer? Nos modernizar do ponto de vista da compreensão e das exigências científicas. É importante não invadir os biomas, precisamos preservar o que precisa ser conservado”.

Embrapa

Na entrevista, Lula falou sobre Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o ex-presidente, atualmente, apenas 2% do orçamento da Embrapa é investimento.

“O resto é folha de pagamento, tá errado. Eu vou trabalhar para recuperar a Embrapa, e fazer a Embrapa voltar a ser motivo de orgulho. O Brasil precisa de uma Embrapa moderna, altamente produtiva e que não seja só para pagar salário”.

Reformas

Questionado sobre as reformas tributária e administrativa, Lula disse que já enviou duas reformas tributárias para o Congresso Nacional, mas que não foram para frente.

“Nós precisamos de uma reforma tributária que seja justa. Eu não quero penalizar a produção. Queremos uma reforma tributária em que a gente possa tirar de quem pode pagar mais para fazer com que aqueles que não tem nada possam ter o mínimo de afeição na vida, para que possamos gerar mais renda. Não é uma reforma do presidente, tem que ser algo de interesse da sociedade”, disse.

O ex-presidente defendeu a tese de uma reforma tributária por pontos, fatiada. “Não defendo uma reforma ampla”.

Sobre a reforma administrativa, Lula defendeu gastos com educação e saúde, mas não falou sobre como resolver a morosidade do Estado e reduzir o tamanho da máquina pública.

Canal Rural*