A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados anunciou nesta quarta-feira, dia 09, os vencedores do Prêmio Darcy Ribeiro, edição 2023, e entre os selecionados está a Universidade da Maturidade (UMA), uma tecnologia de inovação social que promove a formação de educadores político-sociais para o Envelhecimento Humano. Além deste Projeto, também foram escolhidos o Governo do Estado do Alagoas e a Escola Especial Favo de Mel, do Rio de Janeiro.
A cerimônia de entrega do Prêmio, que é concedido pela Comissão de Educação e pela Mesa Diretora da Câmara a indivíduos ou entidades que defendam e promovam a educação no Brasil, será realizada em 24 de outubro.
O projeto foi concebido pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e, desde 2022, por meio de parceria, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Unidade Universitária de Campo Grande, atua com um projeto de Extensão com o objetivo de replicar o conceito trabalhado pela UFT, cuja coordenação é exercida pela profa. Dra. Neila Osório.
Para o reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, a premiação é motivo de muita honra e alegria. “Iniciamos as atividades deste projeto há seis meses, nesta parceria com a UFT, e já é possível avaliar o seu impacto na vida das pessoas envolvidas neste projeto. “Estamos proporcionando a formação de educadores capazes de disseminar esses conhecimentos sobre o bom envelhecimento em sua comunidade”. Laércio ainda parabenizou a toda a equipe sul-mato-grossense e seus coordenadores locais, o docente e gerente de Unidade, Prof. Dr. Djanires Neto e profa. Me. Katia Juliane, pelo reconhecimento.
Já o coordenador nacional da UMA, prof. Dr. Luiz Sinésio Neto falou da sua emoção. “É gratificante celebrar esta vitória, deste projeto pioneiro na promoção da inclusão e desenvolvimento social de idosos por meio da educação”.
A indicação da UMA foi feita pelo deputado federal Ricardo Ayres, titular da Comissão de Educação, que vê na Universidade da Maturidade uma alternativa para os adultos que a sociedade brasileira excluiu, em uma fase da vida que possuem experiência acumulada e sabedoria.
A idealizadora do Projeto UMA ressalta que essa premiação é resultado e um trabalho de mais de 20 anos em prol do envelhecimento, da dignidade, da cidadania e do envelhecimento humano. “Essa é uma conquista inédita”, comemora a docente da UFT, Prof. Neila Osório.
Primeira Avaliação
Ainda nesta quinta-feira (10), a coordenação e professoras da UMA fizeram a primeira reunião de avaliação desde a implantação do curso na UEMS. 66 alunos, na faixa etária entre 58 e 60 anos, responderam aos questionamentos apresentados. E dentre as principais informações coletadas é possível observar a satisfação dos acadêmicos com as atividades propostas e já desenvolvidas.
Dr. Djanires Neto, coordenador regional da UMA, ressaltou que de maneira geral, os índices apontam a assertividade das ações desenvolvidas pela equipe pedagógica. Neto destacou alguns depoimentos que revelam as transformações já observadas na vidas dos estudantes. “Um dos acadêmicos chegou a dizer que a UMA desenterrou sonhos”, revelou Neto.
“Dentro da área de Educação, este Prêmio é muito importante. Trata-se de um reconhecimento de um projeto que tem mais de 30 anos de construção e que é ofertado pela UEMS/Campo Grande à população idosa da capital. O diferencial desta linda iniciativa é que podemos trabalhar junto à população mais experiente a formação dentro deste processo do envelhecer de uma forma saudável. Também destaco que o nosso país começa a conferir a devida importância a este processo”, ressalta a coordenadora adjunta da UMA/UEMS, Katia Juliane.
Dentre os itens avaliados estão a clareza dos objetivos da UMA, a organização do conteúdo, a carga horária, os professores, a coordenação, entre outros.
Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro foi antropólogo, sociólogo, professor, escritor, indigenista e político – uma das mentes mais brilhantes de nosso país. No início de sua carreira, enquanto antropólogo, dedicou-se a estudar a cultura indígena, tendo prestado serviços como indigenista ao Serviço de Proteção ao Índio. Na década de 1960, Ribeiro participou do governo de João Goulart, ficando à frente de dois ministérios (Casa Civil e Educação). Na década de 1980, com a anistia e o fim da ditadura civil-militar brasileira, o sociólogo ingressou na carreira política, tendo atuado em defesa da educação pública e de qualidade, sendo considerado hoje uma referência em políticas públicas educacionais no Brasil.