Marcos Morandi
Ainda sem saber quem está por trás do assassinato do cunhado, José Carlos Acevedo, a prefeita interina de Pedro Juan Caballero administra a cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul sob forte esquema de segurança. Agentes da Polícia Nacional cercam o prédio e vigiam o gabinete de Carolina Yunis Acevedo, que tomou posse na segunda-feira (23). Ela também conta com guarda-costas particulares.
Informações apuradas pela reportagem revelam que além do aparato policial, nas proximidades do prédio onde funciona a prefeitura de Pedro Juan Caballero, um carro blindado ajuda na vigilância ostensiva. Na praça que fica ao lado do local onde o prefeito sofreu o atentado, foram plantadas flores e colocado cartazes pedindo justiça e em defesa da paz.
Segundo relatos de moradores das duas cidades gêmeas, Ponta Porã, a presença de tropas policiais na rua ainda é visível, mas não como o mesmo efetivo aos dias subsequentes ao atentado. Helicópteros da Força Aérea Paraguaia e também da Polícia Federal, fazem frequentes sobrevoos sobre a cidade.
Antes de tomar posse, como prefeita interina por ser presidente da Câmara Municipal e por força da Lei Orgânica do Município, que não tem a figura do vice, Carolina já relatava preocupação com a sua própria segurança.
“Não é só medo, estou apavorada porque não sabemos mais o que esperar dessas pessoas. Já mataram minha filha, que não tinha absolutamente nada a ver com isso, e agora o prefeito”, afirmou Carolina, sem esconder a preocupação: “A questão é: meu Deus, quem é o próximo?”.
Carolina é esposa do governador do Departamento de Amambay, Ronald Acevedo e mãe de Haylée Carolina Acevedo, de 21 anos, que estava entre os mortos da chacina do dia 9 de outubro na cidade fronteiriça. Ela saía de uma festa com mais quatro pessoas quando o carro foi atingindo por mais de 100 disparos.
Investigação paralela
Sem confiar na polícia, a família do ex-prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, vítima de assassinato na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, faz investigação paralela para descobrir quem são os culpados. A informação é do próprio governador de Amambay, Ronald Acevedo.
Na tarde desta quarta-feira (25) o governador se encontrou com o procurador Federico Delfino e também com o comandante da Polícia Nacional, Gilberto Fleitas. A reunião aconteceu no Ministério Público e foi marcada para tratar das apurações sobre o assassinato do prefeito e também da violência em Pedro Juan Caballero.
Para Ronald, que é irmão do ex-prefeito, a reunião não teve nenhuma novidade. Mais uma vez crítico à ação do Governo Federal, ele disse que as autoridades apresentaram os mesmos resultados de dois dias. “Foi mais para me tranquilizar”, disse o governador ressaltando que na próxima semana deve apresentar informações das investigações paralelas.