Profissionais da saúde são prejudicados por medidas restritivas na fronteira

Profissionais da saúde são prejudicados por medidas restritivas na fronteira

Um decreto no Paraguai que impõe maior rigor aos profissionais de saúde que trabalham na fronteira está dificultando a situação ao combate ao coronavírus na região. É que muitos enfermeiros, técnicos de enfermagem e servidores de hospitais e postos de saúde do lado brasileiro moram em cidades do Paraguai como Pedro Juan Caballero e Capitan Bado.

Com o avanço da covid-19 e a tomada de medidas sanitárias, o governo paraguaio vem endurecendo as normas de segurança e impedindo a entrada e saída de brasileiros o impedindo a volta de paraguaios que estejam em outros países, como forma de garantir o isolamento social para bloquear o avanço da doença.

Do lado paraguaio a criação de barreiras e até trincheiras para evitar o famoso “vai e vem” da população, mudou o cenário em cidades como Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Pessoas já foram presas, espancadas e expulsas do Paraguai e outras estão obrigadas a cumprir quarentena por terem sido pegas atravessando a fronteira.

Estes fatos tem criando um amplo debate entre a população desde as rodas de conversas entre amigos, aos populares grupos de whattsApp de toda natureza, chegando as mais diferentes esferas e autarquias das autoridades brasileiras e paraguaias.

Nesta quinta-feira (21), a infindável novela fronteiriça ganhou mais um capítulo, com profissionais brasileiros da área de saúde questionando a diferença de tratamento na entrada e saída do lado paraguaio da fronteira.

Conforme relato de alguns profissionais de saúde que prestam serviço no Paraguai e residem no Brasil, um novo decreto do país vizinho obriga os mesmos a passarem pelo setor de Migração para registrar entrada e saída do país.

Segundo apuração feita pelo site pontaporanews, as autoridades paraguaias alegam que alguns profissionais estariam usando seu registro de trabalho para cruzar a fronteira com mercadorias ou seja, fazendo contrabando. Também foi alegado que a medida é para simples controle do trânsito de pessoas.

O Odontólogo Thiago Camargo, que possui licença e documentação legal e exerce suas funções há 15 anos em Pedro Juan Caballero citou em sua rede social, que até a manhã de ontem (20) a entrada e saída estava normal, porém foi surpreendido com tal decisão. “Quem atua na área de saúde tinha trânsito livre, para ir e vir, podendo cruzar e prestar serviço emergencial. Na quarta-feira, entrei mas ao voltar fui impedido de passar em virtude de tal de decreto emitido pela manhã” explicou Thiago.

Ele lembrou que durante o tempo que atua na fronteira nunca ouviu tamanho absurdo.

“Sou a favor de um controle rigoroso mas me pareceu uma desculpa que na minha opinião não colou. Me parece que as decisões estão além da pandemia” enfatizou.

Na manhã desta quinta-feira (21), relatos davam conta que mais de 40 funcionários do Hospital Regional de Ponta Porã foram impedidos de deixar o Paraguai para trabalhar no Brasil causando problema na escala do hospital e dificuldade o atendimento.

Por outro lado é comum que pessoas atravessem de um lado para outro da fronteira sem serem incomodados pelos homens da Força Tarefa Conjunta que estão fiscalizando a divisa. Sem contar que no mesmo período a apreensão de cigarro contrabandeado e drogas aumentos significativamente no Brasil mostrando que a fronteira não está fechada como fazem parecer as autoridades paraguaias.

Capitan BadoPedro Juan CaballeroPonta Porã