Com previsão de ir a leilão no primeiro semestre de 2024, o edital de relicitação da Malha Oeste prepara investimento de R$ 18 bilhões em 60 anos. A linha ferroviária que será entregue mais uma vez à iniciativa privada possui mais de 1.600 quilômetros entre as cidades de Corumbá e Mairinque (SP), passando por Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Os números do investimento foram divulgados pelo diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale, nesta quarta-feira (26), durante audiência pública realizada em Campo Grande. O encontro serviu para colher sugestões e contribuições da sociedade ao edital de concessão da ferrovia.
Representando o governador Eduardo Riedel, os secretários Hélio Peluffo (Infraestrutura e Logística) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) participaram da audiência pública e defenderam a importância estratégica da ferrovia para Mato Grosso do Sul.
Peluffo destacou que o governo tem dado prioridade para o modal, que já existe e precisa ser revitalizado. “O Estado cresce a índices de quase 8% ao ano e precisa desse modal que é muito importante para o escoamento da safra, da produção papeleira, de grãos e também do minério. A Malha Oeste está no planejamento da Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), que passará a trabalhar novos caminhos rodoviários até a ferrovia. Com esse modal, vamos diminuir a pressão sobre rodovias, melhorar o escoamento, gerar empregos e produzir riquezas. Teremos mais uma linha de exportação rápida e com um custo menor”, ressaltou.
Segundo Verruck, a Malha Oeste é o melhor projeto da vitrine ferroviária brasileira no cenário atual. “Temos investidores interessados. Recebemos uma série de empreendedores internacionais dispostos”, afirmou o secretário, elencando pontos de destaque do projeto. “Temos uma ferrovia já instalada que pode operar imediatamente e gerar fluxo de caixa. Temos também carga para fazer a operação. Mato Grosso do Sul não precisa fazer cenário de carga, pois temos volume suficiente para a ferrovia ser competitiva”, frisou.
Novos investimentos
O projeto de relicitação da Malha Oeste prevê a ampliação dos pátios de cruzamento e a instalação de sinalização e centros de controle operacional, que permitem a comunicação por satélite com os equipamentos de bordo. Além disso, haverá investimentos em oficinas, instalações e aquisição de equipamentos de via. E para garantir eficiência das operações, a frota será melhorada com aquisição de novos veículos.
Histórico
A Malha Oeste é administrada pela iniciativa privada desde 1996. Em 2020, a empresa concessionária manifestou ao Governo Federal o pedido de devolução e relicitação da ferrovia, em um processo “amparado pela lei”. A partir de então, a ANTT se mostrou favorável ao pedido e iniciou os trâmites legais para a nova concessão.
A audiência pública realizada em Campo Grande foi a primeira de duas para colher contribuições da sociedade do projeto de relicitação da Malha Oeste. A segunda será realizada em Brasília (DF) no próximo dia 3 de maio. Após esta etapa, a ANTT vai submeter o projeto ao TCU (Tribunal de Contas da União) para depois levar o edital a leilão.
Bruno Chaves, Comunicação Seilog/Agesul
Fotos: Chico Ribeiro