Ponta Porã está desde o ano passado com 100% dos leitos Covid-19 ocupados, o que aumenta ainda mais a pressão no sistema de saúde, tanto público, quanto privado.
O município que faz fronteira seca com o Paraguai, através de Pedro Juan Caballero, recebe pacientes do país vizinho e, por isso, o sistema segue colapsado.
Ao Ponta Porã News, na tarde desta quarta-feira (19), o secretário municipal de Saúde, Patrick Derzi, disse que os 30 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão ocupados, assim como os dez [leitos] gerais.
Os leitos clínicos destinados a pacientes com o Novo Coronavírus também estão com 100% de ocupação.
“Estamos desde o ano passado com a taxa de ocupação dos leitos Covid em 100%. Libera um (seja porque recebeu alta ou morreu), imediatamente entra outro no lugar. Infelizmente temos pessoas internadas em tendas, ou seja, situação crítica”, disse Patrick.
Ponta Porã, assim como Campo Grande e Dourados, se tornou município referência no tratamento ao Coronavírus, na prática, isso significa que a cidade passou a receber pacientes de outras localidades.
“Ponta Porã agora é referência em Mato Grosso do Sul no tratamento à Covid-19, o que aumenta ainda mais a pressão no sistema de saúde. Nos obrigando a pedir vaga em outras cidades do Estado, ou até mesmo, em outros Estados. Agora mesmo há pacientes levados para São Paulo, por meio de convênio, mas já demonstra como estamos”, afirmou o secretário.
Amanhã (19), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vem a Ponta Porã e questionado sobre a abertura de mais leitos, Patrick foi enfático ao dizer que o maior problema é conseguir recurso humano.
“A estrutura física não é difícil conseguir. É possível abrir novos leitos, porém não há recursos humanos. E isso é uma realidade mundial. Médicos, enfermeiros, estão cansados, esgotados emocionalmente. Antes o problema era a vacinação, foram imunizados, mas agora a questão é o cansaço físico e emocional”, enfatizou Patrick.
Casos confirmados
Nas últimas 24h, segundo consta no boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), foram confirmados mais 108 casos da doença em Ponta Porã, somando 6.754 registros.
Uma idosa, de 86 anos, sem comorbidades, notificada em 11 de maio, morreu no dia 17. Com isso, são 169 vidas perdidas para a pandemia.