O Fórum de Reportagem Sobre a Crise Global de Saúde idealizado pela Internacional Center for Journalist que reúne Jornalistas de diversos órgãos de Imprensa do Brasil, Europa e Estados Unidos da América, abordou nesta segunda-feira (22) por meio de sua segunda Webinars o tema: “Jornalismo multimídia, pandemia e trabalho remoto”.
Como a pandemia de COVID-19 e a necessidade de isolamento social mudaram a forma de se fazer jornalismo em todo o mundo e quem trabalha com imagem e vídeo talvez tenha sido mais afetado.
Para entender os caminhos que estes profissionais encontram para continuar produzindo, o Fórum e Reportagem disponibilizou um bate papo com Mayra Fernandes e Mariano Bartolomeu, jornalistas do serviço em português para a África da Voz da América, organização internacional de notícias multimídia dos EUA que fornece conteúdo para públicos com acesso limitado à imprensa.
Conforme disse Mariano Bartolomeu, a pandemia pegou todos de surpresas e os serviços de mídias, imprensa e comunicação se viram obrigados a noticiar em meio a um novo momento, tendo que produzir e fazer reportagem em tempo real de forma isolada mais conectada.
“Graças a tecnologia avançada tem sido possível informar mesmo em isolamento social, talvez se ocorresse esse momento em outro período da nossa história, dez anos atrás por exemplo, não seria possível realizar todo esse tipo de informação, com gráficos, números reais” avaliou.
Para a Jornalista Mayra Fernandes a pandemia alterou a forma de fazer jornalismo nos últimos três meses, acostumados as redações, tivemos que nos adequar trabalhando em nossas casas, sem deixar de investigar, produzir matérias, porém coma obrigação de estar mais antenados com as novas plataformas tecnológicas, formatos de vídeos.
“O jornalismo vem acontecendo, mas tivemos que nos adaptar, fazer de nossas casas a redação, transformar formato dos programas, entender de tecnologias, sem perder a qualidade e compromisso com os fatos” disse.
Na oportunidade Mayra e Mariano relataram o dia-a-dia do trabalho Voz da América em meio ao isolamento social, retratando a forma de noticiar em meio a necessidade de se reinventar, atuando enquanto produtores, repórteres, assistentes técnicos e apresentadores.
“Creio que até pouco tempo, antes da pandemia, seria impossível imaginar fazer todo nosso trabalho tendo que improvisar, os técnicos e a equipe todos em sua casa ou isolados. Mas vimos que era possível e as coisas estão acontecendo” frisou Mariano.
Mayra Fernandes lembrou que nunca se produziu tanto na área de jornalismo, e o desafio é conseguir se conectar os vários países ao mesmo tempo com informações em tempo real e buscar entender o momento para obter um resultado de investigação e pautas com sucesso.
“Trabalhar em casa de fato não é a mesma coisa de estar no escritório, porém vamos nos adaptando, cenário, salas, computadores para levar informações da melhor forma possível. Neste período alteramos bastante nosso programa” explicou Mayra.
O jornalista Mariano Bartolomeu enfatizou que foi possível detectar um aumento na audiência dos programas.
“Realmente a imprensa tem produzido bastante material a respeito da Pandemia, e as pessoas em toda parte do mundo querem saber, pois existem países com apenas algumas dezenas de casos e outros com milhares. Então observamos a dinâmica do mundo, as diferenças e a imprensa precisa cumprir o papel de informar”.
No final do Webinars Mayra e Mariano deram dicas aos profissionais de imprensa que estão fazendo cobertura em tempos de pandemia em isolamento social.
“Acredito que estamos aprendendo juntos, uma das formas que posso aconselhar é anotar as prioridades em uma agenda, faço isso constantemente quase de forma ortodoxa e estou atento as notícias apenas em meu período de trabalho e buscar ampliar o conhecimento a respeito das novas ferramentas de trabalho disponíveis neste período” disse Mayra.
Mariano Bartolomeu destacou a importância do lado emocional, psicológico de cada profissional neste período.
“Todos continuamos fazendo matérias, o que posso dizer é algo mais voltado para o psicológico, então quando iniciar seu dia de trabalho em isolamento social, vista se como fosse a redação, para evitar o relaxamento e estar sempre atento”.
O Fórum de Reportagem Sobre a Crise Global da Saúde realiza na próxima terça-feira (30) ás 10h, sua terceira Webinars que terá como tema: Jornalistas recuperados de COVID-19. Três jornalistas compartilharão suas perspectivas sobre a doença e como se recuperaram. Guilherme Queiroz, da Veja SP, Juliana Faddul, da CNN Brasil e Pedro Cunha, do Mais futebol, falarão sobro como eles acham que contraíram o vírus, que sintomas sentiram e que conselhos têm para outros jornalistas.
A primeira Webinars abordou o tema: Como entender e interpretar os números da COVID-19, tendo como convidado para o bate papo, Benilton de Sá Carvalho, professor da Unicamp e pesquisador na área de Bioinformática e Epidemiologia, doutorado em Bioestatística pela Universidade Johns Hopkins e trabalha com modelagem preditiva de eventos associados ao combate da COVID-19 (casos, óbitos, leitos e EPIs). O jornalista de Ponta Porã, Eder Rubens é um dos participantes do evento internacional.