Amplavisão: Vale mais a Popularidade ou a credibilidade?

DECISIVA: Na avaliação de candidaturas, entre a popularidade e a credibilidade deve prevalecer o último fator. Popularidade não representa capacidade. Apesar de simpática é fruto da demagogia e posturas dúbias. Quanto a credibilidade é alicerçada em outros valores, independe de aparências. É resultado de uma boa conduta, chancelada pela opinião pública.

CALMA! Nada contra a popularidade. Mas o ideal é que ela venha acompanhada da credibilidade necessária para fazer frente aos desafios que o cargo exige, seja ele qual for. Imagine se os popularíssimos Moacir Franco, Sergio Reis e Agnaldo Timóteo tivessem bom nível de preparo para a função de deputado federal. Teriam sido espetaculares.

TRUQUES: O termo é antigo mas válido. Hoje existem recursos para melhorar, maquiar, mudar, trabalhar e popularizar a imagem do político. Fonaudiologia, implante capilar, regime alimentar, implante dentário, aulas de oratória, lentes de contato e vestuário. A ex-presidente Dilma Roussef (PT) pode atestar a validade desta fórmula.

MUDANÇAS: Vão além. Graças aos marqueteiros os candidatos passam por uma reciclagem comportamental. Ganham maior intimidade com as câmeras, microfones e celulares, frequentam ambientes antes improváveis e passam a demonstrar interesse e opinam sobre assuntos do dia a dia. Enfim, vale tudo para chegar ao poder.

SACANAGEM: O perfil era 10. Antônio Ermírio de Morais gerava 60 mil empregos, entusiasta pelo país, escritor com bom trânsito na mídia. Todas essas qualidades foram insuficientes para popularizar sua imagem e perdeu as eleições ao governo de São Paulo para Orestes Quércia (1986). Ali o populismo demagogo venceu a credibilidade.

INCÓGNITA: Aquela derrota gerou conclusões irônicas sobre a postura do eleitor brasileiro. Ele rejeita verdades duras e prefere mentiras leves. Não quer fazer sacrifícios para o bem comum. No fundo é comparável ao eleitor portenho pichando num muro de Buenos Aires: “Argentinos: chega de realidades! Agora nós queremos promessas! ”.

OS IGUAIS: “Jogadores de futebol e políticos são parecidíssimos. Ambos rejeitam a ideia de parar devido ao fator idade”. A comparação é do estrategista político Sergio de Paula, que responde pelo escritório de MS em Brasília. Os inúmeros atletas veteranos em nossos gramados e outros tantos de políticos ainda na ativa comprovam isso.

DO LEITOR: “É preciso reconhecer os bons políticos, sem idolatrá-los. Não brigue por causa deles. Não vale a pena. Na hora do voto não vote pela simpatia, mas pelo currículo e capacidade comprovada. Graças aos políticos a conta não fecha. De todo o PIB sobra apenas 10% no máximo para saúde, infra-estrutura e educação. Pense nisso”.

A PROPÓSITO: O leitor diz bem. Aproveito para complementar: os políticos seriam realmente transparentes nas suas ações ao longo do mandato? Será que o eleitor se sente efetivamente representado pelos políticos que levaram seu voto (de confiança)? Essa postura passiva (do eleitor) acaba tendo vínculos de cumplicidade. Quem cala…

FOLCLORE: O escritor Graciliano Ramos foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL) e marcou pelos seus relatórios ao Governador. Um deles: “Pensei em construir um novo cemitério, pois o que temos dentro em pouco será insuficiente, mas os trabalhos a que me aventurei, necessários aos vivos, não me permitiram a execução de uma obra, embora útil, prorrogável. Os mortos esperarão mais algum tempo. São os munícipes que não reclamam. ”

OLHAR CLÍNICO: Sobre o ‘delírio’ de se tentar cidade por cidade a escolha do candidato a prefeito que atenda os interesses do PSDB e MDB, a deputada Mara Caseiro (PSDB) com a habitual ‘finesse’ antecipa: “ não há clima para acordo na grande maioria das cidades. ” Convenhamos; Mara tem conhecimento da matéria.

MUITO BOM: Preocupado com os efeitos nocivos do cigarro o deputado Marcio Fernandes (MDB) quer proibir a exposição pública do produto no comércio. Antes o parlamentar viu virar lei seu projeto que protege os usuários dos serviços públicos de abusos no atendimento pelos funcionários através de fixação de cartazes com advertência da lei.

CONCORDÂNCIA: Também calejado em eleições o deputado Jr. Mochi (MDB) confessa não se iludir por teses ingênuas de entendimento político fácil. Ele observa que os obstáculos maiores estão justamente nas chamadas bases eleitorais, onde interesses comuns dividem as lideranças e por consequência a população.

APARÊNCIAS: Após deparar com a foto do ex-governador Azambuja (PSDB) com Paulo Duarte, presidente do PSB – estou convencido de que o vereador Carlão (PSB) (presidente da Câmara Municipal) será o companheiro do deputado Beto Pereira (PSDB) no pleito municipal da capital. Os indicativos levam a essa conclusão.

É CEDO: Observadores preferem esperar mais um pouco para aferir os efeitos da união da prefeita Adriane Lopes e do marido deputado Lídio Lopes com a senadora Tereza Cristina (PP). O PP, além da senadora, conta com o vice governador José C. Barbosa, o prefeito de Dourados Alan Guedes, o presidente da Assembleia deputado Gerson Claro e os deputados Londres Machado e Luiz Ovando. Bom time.

LEITE & POLÍTICA: 60 laticínios e 20 mil produtores no MS. Caímos de 1 milhão de litros diários para 500 mil. Os deputados Gerson Claro (PP) e Renato Câmara (MDB) querem reverter o quadro com incentivos fiscais do Governo Estadual. O Brasil tem o 2º rebanho leiteiro do mundo, a Índia lídera. Os americanos bebem 327 litros/ano e os brasileiros apenas 172 litros.

JR. MOCHI: Não quer polemizar, tirar ou mudar o nome do MS. Apenas acrescentar o slogan “O Estado do Pantanal” ao logotipo do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. É a apropriação do Pantanal como grife da região, para atrair investimentos, eventos e parcerias ligados ao meio ambiente inclusive. O projeto difere dos anteriores e já ganhou a simpatia de todos na Assembleia.

QUESTÕES: Papo antipático ao clima de euforia gerado pelas florestas. Mas será que não haveria críticas à invasão dos eucaliptos? Em Três Lagoas há despovoamento do campo e isso é constatado pela diminuição brutal de alunos nas escolas rurais na região onde trabalhavam os seus país. Claro que o progresso cobra um preço. Às vezes impagável.

RUMO CERTO: Deputado federal precisa defender uma causa. É o que faz Rodolfo Nogueira (PL), coerente com suas propostas de palanque para não decepcionar a classe ruralista. Rodolfo aprende rápido de que o parlamentar em Brasília não pode ficar fora de seu grupo. Ganha maturidade política marcando espaço no universo ruralista.

ANÁLISE: “…Lula venceu porque uma boa fatia dos eleitores centristas preferiu seu nome ao de Bolsonaro. Mas, no parlamento, foi a direita, não a esquerda, que avançou. E temos hoje um legislativo muito mais forte do que era 20 anos atrás. Mesmo assim, penso que o governo está sofrendo mais que o necessário, e parte grande da responsabilidade cabe a Lula…” (Helio Schwartsman, na FSP).

PILULA AMARGA:

“Collor caiu nessa máquina de moer quem perde o poder” – (Elio Gaspari)

Dourados