O Governo Federal ainda não sabe o que causou o apagão que atingiu 25 estados e o DF (Distrito Federal) na manhã de terça-feira (15/8). Em algumas cidades brasileiras, a falta de energia durou seis horas, sendo mais intenso no Norte e Nordeste. Em Mato Grosso do Sul, 16 municípios foram afetados e seis ficam completamente às escuras.
Ontem, em coletiva de imprensa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), responsável pela coordenação e controle dos setores de geração e transmissão de energia no País, vai apresentar relatório em até 48 horas.
Alexandre também disse que haverá uma investigação para apurar as causas do apagão e que a mesma terá participação da PF (Polícia Federal) e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
“A única motivação que nos leva a pedir que o Ministério da Justiça, através da Polícia Federal, também participe da apuração do ocorrido é a sensibilidade do setor elétrico nacional. Com esse setor, não podemos transigir na segurança. Não há da nossa parte apontamento leviano de responsabilidade”, disse ele.
Apesar desta afirmação, integrantes do Governo Federal, como a primeira-dama, Janja da Silva, atribuíram o apagão à privatização da Eletrobras, feita na gestão do então presidente Jair Bolsonaro. No entanto, vale lembrar que apagões ocorreram também nas gestões petistas anteriores, quando o setor era administrado pelo setor público.
Durante a coletiva, Silveira não citou o nome da companhia para, mas fez várias referências à Eletrobras em outros momentos, e afirmado que a privatização da empresa fez “muito mal” para a “harmonia” do sistema elétrico brasileiro.
“Não quero terceirizar a responsabilidade às empresas privadas. A responsabilidade é nossa, de dar respostas aos brasileiros e brasileiras. O que devemos fazer é nos robustecer cada vez mais, por isso minha crítica à privatização da Eletrobras”.
Ao longo do dia, especialistas levantaram a possibilidade de o blecaute estar relacionado ao aumento de fontes de geração intermitente – como solar fotovoltaica e eólica – na matriz elétrica do País.
“O sistema tem de se aperfeiçoar e se adaptar às energias limpas e renováveis. Fato é que elas são fundamentais e imprescindíveis para a transição energética”, afirmou Silveira.
*Com Jornal O Estado de S. Paulo