O uso de inoculantes biológicos segue em crescimento no Brasil. Em 2023, o setor faturou R$ 441 milhões. Nos últimos quatro anos, houve incremento de 50,3% nas receitas da área.
Para 2024, a estimativa de aumento é de 17,3% em relação ao período anterior. Os dados são da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (Anpii).
Segundo a entidade, esses números fazem do Brasil o país que mais utiliza biológicos no mundo.
“Estima-se que, até 2029, o país alcançará uma impressionante participação de 59% no market share de vendas desses produtos dentro da América Latina. O crescimento é ainda mais notável quando comparado ao mercado convencional, com o setor de produtos biológicos expandindo-se duas vezes mais rapidamente, e no Brasil, quatro vezes mais rápido”, conta Larissa Simon, Assessora Executiva da Anpii.
Conforme a Associação, em 2023 foram aplicadas 141 milhões de doses apenas de inoculantes biológicos, um crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior, mas que no acumulado de quatro anos representou cerca de 42 milhões de doses adicionais implantadas na agricultura no Brasil.
Segundo a entidade, isso demonstra que mesmo para produtos já consolidados, como o Bradyrhizobium, responsável pelo fornecimento de nitrogênio para a cultura da soja, houve crescimento, trazido pelo aumento da dose média aplicada por hectare na cultura e novos modos de aplicação, como via sulco de plantio, que traz mais praticidade ao processo de utilização nas lavouras.
Inoculantes na soja
A bactéria Bradyrhizobium lidera o ranking de entregas, com 57% do valor do mercado, seguido pelo Azospirillum (33%) e Pseudomonas (5%).
A cultura mais relevante na utilização é a soja, com 77%. Contudo, milho e cana seguem crescendo na utilização de bioinoculantes, apresentando 16% e 2% no valor total de vendas em 2023, respectivamente.
“Há uma liderança na soja, mas é questão de tempo para que as outras culturas sejam mais relevantes e tenham maior adesão para esse tipo de produto. Não é apenas sobre usar insumos biológicos e tirar o químico, mas utilizar em conjunto. Estamos vivenciando uma transição significativa para sistemas agrícolas mais sustentáveis no Brasil. O futuro reside na integração eficaz das tecnologias disponíveis, criando um equilíbrio entre práticas tradicionais e inovações modernas”, continua Larissa.
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