Maria Pereira Alves Costa vive desde 1992 com o marido e o filho em uma chácara de 12 hectares na Gleba Santa Terezinha, assentamento localizado na zona rural de Itaporã. Em seu pequeno mundo ela conta que cria galinhas, cultiva mandioca, hortaliças, milho, tudo para o sustento da família. Mas o grosso da renda vem de um pedaço pequeno do sítio: o pomar com 800 pés de goiaba que ocupa cerca de 2,5 hectares.
Nesse espaço pouco maior que dois campos de futebol está o empreendimento que garante a renda da família de Maria Pereira e também a família de sua irmã, composta por mais quatro pessoas que moram na cidade, mas são todos sócios no próspero negócio que representou uma doce conquista em suas vidas.
Doce Conquista virou marca das delícias produzidas e embaladas pela pequena agroindústria das irmãs Maria e Marlucia. Os moradores de Itaporã e Dourados já conhecem e apreciam a goiabada cascão da Doce Conquista, bem como a geleia e o molho de goiaba com pimenta ou gengibre, catchup de goiaba ou a polpa da fruta congelada, vendida em pacotes de meio quilo.
Agora, os moradores de Campo Grande também têm a oportunidade de saborear os produtos Doce Conquista, em exposição no estande da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) na 31ª Feira de Produtos para Supermercados, Mercearias e Conveniências, a SuperAmas 2024, que acontece de 10 a 12 de setembro no espaço de eventos Bosque Expo do shopping Bosque dos Ipês.
Maria Pereira estava eufórica na noite de abertura da feira. Orgulhosa da qualidade do produto, ofereceu amostras da goiabada cascão ao governador Eduardo Riedel durante a visita ao estande. “Todo mundo gosta, tem pouco açúcar, aparece bem o gosto da fruta”, explicou.
Nesse jogo de sabor é importante também a escolha da variedade cultivada. No pomar de Maria Pereira todos os pés são da variedade Pedro Sato 2023, que desenvolve uma fruta de tamanho grande, polpuda e muito saborosa. “Ideal para mesa e para fazer doce”, garantiu.
As condições climáticas adversas atrapalharam a safra desse ano e do ano passado, quando colheu cerca de 10 toneladas. Na mesma área, ela conta que já conseguiu retirar 50 toneladas de goiabas por ano. Acredita que com a volta das chuvas regulares, a produtividade pode aumentar.
Dá para viver de goiaba? Maria Pereira não tem dúvida: sim. “As pessoas reclamam que não dá pra viver do sítio, desistem logo. Mas dá, sim. A gente cria uma galinha, um porquinho, tem outras plantações. E a goiaba garante o ganho”.
Na agroindústria Doce Conquista, além dos doces de goiaba, há todos os equipamentos para processar e embalar frutas que os empresários compram de produtores da região. Assim, produzem polpa de maracujá, acerola, manga, abacaxi, mamão. A câmara fria tem capacidade para armazenar até 9 toneladas de produtos, o que ajuda muito no controle do estoque.
Além de distribuir no comércio da região, a Doce Conquista fornece produtos para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), iniciativas do Governo Federal que se traduz em importante apoio para os produtores familiares. Ambos os programas são geridos pela Semadesc, em parcerias com as prefeituras.
Viver no sítio é bom, garante Maria Pereira, mas tem um diferencial. Enquanto no domingo é dia santo de feriado para todo mundo, na chácara Doce Conquista é dia de colher goiabas porque o transportador chega cedo no dia seguinte e as frutas têm que estar todas limpas e embaladas.
A SuperAmas 2024 prossegue até a quinta-feira (12) com uma programação variada de palestras, painéis, muitas oportunidades de negócios e marketing para os empresários. São mais de 50 expositores e a previsão dos organizadores é que a feira oportunize a concretização de negócios em valores grandiosos, podendo superar R$ 50 milhões.