Já imaginou comer pequi sem se preocupar com os espinhos?
Esse é um sonho antigo dos que amam a iguaria e que será possível após pesquisa da Embrapa junto a Emater de Goiás.
A pesquisa, que durou um total de 25 anos, descobriu a espécie de pequi sem espinhos por meio de um produtor do Mato Grosso, que encontrou um pequizeiro que produzia a fruta com a variedade genética e informou a Emater, para que produzissem réplicas da planta.
A engenheira agrônoma na Emater e responsável pela pesquisa, Elainy Botelho, garante que, além do sabor ser quase idêntico ao que já conhecemos, o pequi sem espinhos não apresenta perigos para quem vai consumir.
“Uma importância muito grande e a manutenção desse tipo de genótipo, desse tipo de material. Porque era uma planta única na natureza que poderia morrer por um fogo, uma troca, por um raio é nos perdermos esse material, então ela foi multiplicada. Então a segunda vantagem é que um pequi sem espinhos, ele permite que crianças, idosos, estrangeiros comam esse pequi e até mesmo nos comemos mais despreocupadamente”, diz.
Venda
Após autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, concedida este ano, as mudas de pequi sem espinhos serão lançadas para comercialização.
Já em novembro poderão ser adquiridas e levam em média cerca de quatro anos para começarem a dar frutos.
Das 5 mil mudas colocadas à venda, 2.400 serão reservadas para agricultores familiares e viveiristas.
História
A demanda dos produtores por pequizeiros mais rentáveis e frutos comerciais, e da sociedade, por frutos com polpa carnuda e saborosa, foi o que originou as pesquisas de clonagem, que se iniciaram com a propagação de mudas por sementes, estaquia e enxertia.
Para isso, a Emater e a Embrapa visitavam as propriedades que cultivavam pequizeiros para tirar a raça da planta. Foi nesse processo que os pesquisadores tiveram acesso ao pequi sem espinhos, encontrado na natureza.
“Como nós já havíamos desenvolvido a técnica de clonagem e enxertia, fizemos 20 clones desse pequizeiro sem espinhos. Plantamos as mudas no nosso banco de germoplasma e avaliamos durante todos esses anos. Agora já estamos chegando ao final desta etapa, com a disponibilização desse material para nossos agricultores”, explica Elainy Botelho.
Canal Rural*