Novas variedades de soja combinam alta produtividade e resistência a doenças

A Embrapa e a Fundação Meridional lançaram duas cultivares de soja (BRS 1075IPRO e BRS 774RR) que se destacam por apresentar potencial produtivo elevado e resistência/tolerância às principais doenças, entre outros diferenciais.

As cultivares serão apresentadas no Tecnoshow Comigo 2025, em Rio Verde (GO). Além das cultivares de soja, a Embrapa irá lançar ainda uma variedade de arroz (BRS A503), durante a feira. O evento começou ontem (7) e prossegue até o dia 11.

Sobre a cultivar de soja BRS 1075IPRO

A soja BRS 1075IPRO é uma cultivar transgênica com a tecnologia “Intacta RR2PRO”. Essa característica confere tolerância ao herbicida glifosato, o que facilita o controle de plantas daninhas, e resistência a algumas lagartas que atacam a cultura da soja como a Anticarsia gemmatalis e a Chrysodeixis includens, por exemplo.

Segundo o pesquisador da Embrapa Carlos Lásaro Melo, o material mostrou competitividade, produtividade elevada, com rendimentos acima de 7% quando comparado às cultivares mais usadas nas regiões de indicação. “Ela é uma opção que permite o plantio antecipado da soja, possibilitando a sua inserção no sistema de rotação ou sucessão com outras culturas”, explica Melo.

Outro destaque da BRS 1075IPRO é a elevada sanidade. Nos testes, a cultivar apresentou resistência às principais doenças da soja como cancro da haste, pústula bacteriana, ao vírus da necrose da haste e à podridão radicular de Phytophthora.

A Embrapa também informou que a cultivar é moderadamente resistente à mancha olho-de-rã. A BRS 1075IPRO irá beneficiar os produtores das regiões indicadas de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Sobre a soja BRS 774RR

A soja BRS 774RR é uma cultivar transgênica com resistência ao glifosato, o que confere facilidade no manejo de plantas daninhas. “Ela obteve ganho médio de 4,2% em produtividade em comparação aos demais materiais da região, e com ampla participação na área cultivada com soja”, ressalta Melo.

Também tem como diferencial a possibilidade de permitir ampla janela de semeadura e estabilidade na região de adaptação. “É uma opção de cultivar de soja para quem deseja um plantio antecipado e rentável, em áreas de alta fertilidade, possibilitando a sua inserção no sistema de rotação ou sucessão com outras culturas”, detalha o pesquisador.

Com relação à sanidade, em testes de avaliação, apresentou resistência ao cancro da haste, à podridão parda da haste e à podridão radicular de Phytophthora e ao Nematoide de cisto (Raça 3). A cultivar também se mostrou moderadamente resistente à pústula-bacteriana, mancha olho-de-rã e ao nematoide de galha Meloidogyne javanica.

Segundo Melo, a BRS 774RR destaca-se por apresentar excelente arquitetura de planta e estabilidade de produção na região de adaptação. A nova cultivar irá atender produtores de algumas regiões edafoclimáticas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Minas Gerais).

Mais vantagens

Outro diferencial da BRS 774RR é ter a possibilidade de ser utilizada nas áreas de refúgio de lavouras que cultivam as cultivares com tecnologia Intacta IPRO (cultivares com resistência ao glifosato e uma proteína – Cry1Ac – que confere resistência a algumas lagartas), e Intacta2 Xtend (I2X) reúne três proteínas (Cry1A.105 e Cry2Ab2 e Cry1Ac), o que proporciona proteção contra seis espécies de lagartas que incidem na cultura da soja: Helicoverpa armigera, Spodoptera cosmioides, lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens), lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta das maças (Chloridea virescens) e broca das axilas (Crocidosema aporema). Além disso, combina tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba.

A recomendação atual de refúgio para a cultura da soja é, no mínimo, 20% da área com tecnologia diferente da Intacta IPRO e da I2X. Essa é uma medida preventiva que consiste no plantio de parte da lavoura com outras opções de soja não-Bt (sem a toxina Bacillus thuringiensis (Bt) – a uma distância máxima de 800 metros de lavouras), explica o pesquisador Daniel Sosa Gomez.

“A adoção da área de refúgio possibilita o acasalamento aleatório de mariposas oriundas das áreas das áreas de refúgio, favorecendo a manutenção de populações suscetíveis e retardando a seleção de populações resistentes”, detalha.

A Embrapa defende ainda que o manejo de pragas nas lavouras siga as mesmas premissas do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

“Em 50 anos de atuação, a Embrapa Soja vem entregando anualmente novas cultivares com tetos de produtividade crescentes, além de estabilidade e sanidade para que o produtor brasileiro tenha em mãos as mais avançadas tecnologias embutidas na sua semente”, resumiu Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja (PR).

Canal Rural*

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