Nova linha de crédito para suinocultura será analisada em maio

O Conselho Monetário Nacional (CMN) irá apreciar a abertura da linha de retenção de matrizes voltada para os criadores de suínos no mês de maio, segundo o subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri. Os produtores e o Ministério da Agricultura (Mapa) tinham a expectativa de que o pleito fosse analisado na reunião deste mês, que acontece na quinta-feira (28).

“O encaminhamento [da linha de crédito] está bem avançado. Eu gostaria até de ter a oportunidade de dizer que vai ser votado no CMN amanhã, mas vai ficar para maio. Está bem encaminhado e deverá ser aprovado no CMN de maio’, afirmou o subsecretário ao Canal Rural, no Encontro Político da Suinocultura.

Caso não aconteça uma reunião extraordinária, a previsão é de que o pedido seja votado no dia 19 de maio.

O diretor de Política de Financiamento do Mapa, Wilson Vaz, havia adiantado que a linha seguiria as mesmas condições de Custeio do Plana Safra 2021/22. Mas a pasta da Economia ainda não confirma quais serão os parâmetros. “Essas são uma das questões que eu ainda não posso abrir, mas serão limites bem apropriados para a suinocultura”, afirmou Boueri.

A definição sobre as condições desta linha de crédito tem preocupado os suinocultores, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes. Para ele, se forem aplicados os juros sem um apoio, a linha de crédito pode ficar inviabilizada.

“A gente precisa entender que crédito é esse, se ele vem subvencionado ou não. Se vier os juros que estão hoje aqui, é impraticável. A gente já está numa situação difícil, trabalhando com os valores abaixo de custo, e com juros altos é bem preocupante. Então a gente precisa entender o que realmente vai vir e quais as condições”, argumentou Lopes.

O representante do Ministério da Economia explica de onde viram a fonte dos valores para a nova linha de crédito. Ele ressaltou que o dinheiro poderá vir com juros controlados, mas não são subvencionados. “Esses recursos virão da exigibilidade dos depósitos a vista e da poupança rural. São recursos que não tem equalização do governo, mas que dão a perspectiva de dois anos para reembolso”, disse Boueri.

Custo alto

Segundo o criador de suínos e também presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Aesmg), João Leite, o custo de produção aumentou “em três vezes e os preços de venda dos suínos não aumentaram na mesma proporção”.

Ele também disse que uma das causas do cenário negativo para o setor é a crescente oferta de carne suína, que foi estimulada pela maior demanda da China. No entanto, com a retomada da produção de suínos no país asiático, a procura internacional diminuiu.

“Nós realmente ficamos entusiasmados com a entrada da China no mercado por causa da Peste Suína Africana. Esperávamos realmente exportar mais e mais, mas isso não aconteceu”, pontuou Leite.

Canal Rural*