Como as mudanças climáticas podem impactar no manejo sanitário do gado?

As mudanças climáticas têm impactado significativamente a pecuária brasileira. Fenômenos extremos, como calor intenso, chuvas excessivas ou estiagens severas, afetam não apenas o dia a dia das propriedades rurais, mas também a saúde dos rebanhos.

Esses eventos criam um ambiente propício para o aumento de infestações parasitárias e para a incidência de doenças oportunistas, tornando ainda mais essencial a adoção de protocolos sanitários personalizados.

“A palavra-chave aqui é personalização”, afirma o médico-veterinário Felipe Pivoto, gerente de serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal.

Em entrevista, ele destacou que os protocolos devem ser adaptados às particularidades de cada fazenda, considerando fatores como o microclima, a umidade e a temperatura de cada região.

Impactos no ciclo de parasitas e doenças

Pivoto explica que as variações climáticas influenciam diretamente os ciclos de ecto e endoparasitas.

“Por exemplo, o ciclo da verminose se acelera em temperaturas mais altas combinadas com alta umidade. O mesmo ocorre com o carrapato e a mosca do chifre, que têm seus ciclos encurtados, aumentando o desafio para os animais”, comenta o veterinário.

Além disso, ele aponta que alterações no manejo da propriedade, provocadas pelas condições climáticas, podem comprometer programas de vacinação e a prevenção de doenças bacterianas e virais.

“Os protocolos sanitários precisam ser revistos constantemente para mitigar esses riscos”, alerta Pivoto.

Personalização como solução

A personalização dos cuidados sanitários, segundo Pivoto, passa por um diagnóstico detalhado das condições de cada propriedade.

“Não adianta copiar o que o vizinho está fazendo. Cada fazenda tem sua realidade de manejo, tipo de solo, relevo e espécie de pastagem”, enfatiza.

Ele destaca a importância de elaborar calendários sanitários adaptados a essas variáveis, considerando também fatores como a categoria dos animais e os ciclos de parasitas. Outro ponto crucial é o custo-benefício das intervenções.

“Animais com menos de 24 meses são mais suscetíveis a verminoses, necessitando de até quatro aplicações anuais de medicamentos. Em contrapartida, animais adultos podem demandar menos intervenções, dependendo das condições climáticas”, explica Pivoto.

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A importância do acompanhamento técnico

O acompanhamento de especialistas é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

A Vetoquinol, por exemplo, oferece suporte técnico e informativos mensais para orientar os produtores sobre as melhores práticas.

“Técnicos capacitados avaliam o microclima de cada propriedade e criam soluções específicas. Assim, é possível reduzir perdas e otimizar o desempenho do rebanho”, conclui Pivoto.

Diante de um cenário de clima imprevisível, a adoção de protocolos sanitários personalizados e o suporte de profissionais qualificados são indispensáveis para garantir a saúde e a produtividade dos rebanhos brasileiros.

Giro do Boi*