China reduz pela metade compras de proteína suína

De janeiro a abril deste ano, os embarques de carne bovina do Brasil somam 620 mil toneladas, uma alta de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidas ao exterior 468 mil toneladas. Segundo o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, os números do ano permitem fazer uma projeção mais sólida para os embarques neste ano.

“O resultado até abril é considerado um número bom, considerando que o recorde para o período foi obtido em 2020. Para este ano vamos superar com toda a segurança o volume embarcado naquele ano e podemos chegar a 1,9 milhão de toneladas”, diz Ferreira.

Na carne de aves, o volume exportado ficou acima do ano passado. De janeiro a abril foram 1,4 milhões de toneladas embarcadas, contra 1,3 milhões de toneladas, uma alta de 9%.

Em relação às exportações de carne suína, o diretor de conteúdo do Canal Rural alerta que já era esperado que o Brasil não consiga atingir o resultado do ano passado, com 1 milhão de toneladas exportadas. Em quatro meses de 2021, o volume chega a 290 mil toneladas, queda de 6% em relação ao ano passado, o que, mantendo o ritmo até o final do ano, o volume pode totalizar 900 mil toneladas.

A China, que no ano passado comprou quase 60% da carne suína exportada pelo Brasil, reduziu em 50% das compras de janeiro a abril deste ano, com 102 mil toneladas adquiridas, ante 213 mil toneladas no mesmo período do ano passado.

Segundo Giovani Ferreira, três motivos ajudam a entender o recuo nos embarques para o principal parceiro do Brasil no agronegócio.

“Após o surto de peste suína africana, a China está recompondo seu plantel para atender a demanda interna. O lockdown na China e a dificuldade de acesso a alguns dos principais portos também favorece esse cenário, além de uma tarifa maior para a carne suína importada pelo país asiático”.

Mesmo com menor participação do mercado chinês, o diretor de conteúdo do Canal Rural ressalta a busca do Brasil por outros parceiros comerciais nas vendas de carne suína.

“Apesar da queda das exportações para a China, o Brasil está conseguindo diversificar suas vendas externas e as 100 mil toneladas que os chineses deixaram de comprar estão indo para outros mercados”, finaliza.

Canal Rural*