Para fortalecer a produção de comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado vai distribuir, nos próximos meses, 137,6 toneladas de sementes de feijão, milho e hortaliças para 75 aldeias sul-mato-grossenses. A iniciativa faz parte do Proacin, o Programa de Apoio às Comunidades Indígenas de MS.
Segundo a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), licitações para aquisição das sementes já estão autorizadas pelo comando do Executivo Estadual. Além dos grãos, serão adquiridos insumos e calcário.
Ao todo, serão comprados 5 mil sacas de 20 kg de milho, 1.860 sacas de 20 kg de feijão e 450 kg de sementes de hortaliças, como abóbora, abobrinha, melancia, quiabo e maxixe, além de 15 toneladas de calcário.
Criado pela gestão Reinaldo Azambuja, o Proacin vem desde 2016 fomentando a agricultura familiar indígena. Além da distribuição de sementes e insumos, o programa repassa aos índios óleo diesel para os maquinários agrícolas e ainda presta assistência técnica, tudo visando a garantia da geração de renda, bem-estar social e a qualidade de vida dessa população.
“O principal objetivo do programa é dar um suporte para que famílias indígenas tenham melhor qualidade na sua alimentação e também tenham produção para comercialização. Atualmente, o governador autorizou investimento da ordem de R$ 7,2 milhões para atender os municípios onde estão localizadas as aldeias indígenas”, afirmou o diretor-executivo da Agraer, Fernando Luiz Nascimento.
Ainda para este ano, no âmbito do Proacin, já foram formalizados convênios com as prefeituras para assistência técnica, manutenção de máquinas e aquisição de óleo diesel. Estão previstos o repasse de 284 mil litros do combustível, a disponibilização de R$ 1 milhão para a manutenção de tratores e assistência técnica.
O programa “Hortas Urbanas” é outra iniciativa da Agraer voltada aos indígenas. Em Campo Grande, na Aldeia Água Bonita, por exemplo, os moradores recebem apoio para plantar e cuidar das hortas privadas e comunitárias. Mais de cinco toneladas de composto orgânico já foram entregues aos indígenas da comunidade. Mudas e barracas para comercialização dos produtos também foram repassadas.
A cada 15 dias, visitas técnicas são realizadas aos pequenos agricultores para acompanhar e orientar a execução do trabalho. “É um trabalho interessante porque diversifica a alimentação dos indígenas, protegendo mais as famílias contra doenças e também possibilidade de geração de renda. Essas aldeias mais próximas das cidades tem condições de comercializar essa produção e obter alguma renda com essa atividade. Programa que alavanca e dá melhores condições de vida para comunidades”, disse Fernando.
Outra medida em prol do social indígena é tocada pela Sedhast (Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), que distri bui mensalmente 19.899 cestas alimentares, com mais de 25 quilos cada. A ação garante segurança alimentar aos indígenas de Mato Grosso do Sul.
Cada cesta alimentar é composta por 21 itens, como por exemplo, arroz, feijão e carne, chegando em 27 municípios e 83 aldeias. A estimativa da secretaria é que mais de 90% da população indígena do Estado seja beneficiada.