A operação foi realizada na localidade de Marangatú, no Departamento de Canindeyú, e contou com a participação de agentes da Força-Tarefa Conjunta (FTC) e da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). A ação de grande porte envolveu o uso de helicópteros e resultou em uma das maiores apreensões de drogas da história do país.
Imagens captadas no local mostram extensas plantações de maconha e um acampamento improvisado pelos traficantes, supostamente ligados ao esquema comandado por Felipe Santiago Acosta Riveiros de 41 anos, o Macho, considerado um dos criminosos mais procurados do Paraguai por envolvimento no tráfico de drogas.
Ao todo, foram apreendidos 4.172 fardos, somando 48 toneladas de maconha prensada. Também foram confiscados oito veículos, uma motocicleta e diversas armas de fogo, incluindo armas longas, curtas e um cartucho calibre .50 não deflagrado.
De acordo com informações da Senad, a droga estava embalada e pronta para ser enviada ao mercado brasileiro.
Confronto armado e prisões
Luis Apesteguía, porta-voz da FTC, informou que a operação foi planejada com base em informações de inteligência. Durante a ação, houve confronto armado entre os agentes e os traficantes.
Quatro indivíduos foram presos: Carlos Daniel Cocco Rodríguez, Rubén Carlos Morel Ortiz, Carlos Alejandro Candia Alcaraz e Ariel Ramón Ibáñez Eydans. Este último foi ferido durante o tiroteio e levado de helicóptero ao hospital, onde passou por cirurgia e está fora de perigo.
Visita presidencial e desdobramentos
Nesta terça-feira, é esperada a presença do presidente Santiago Peña, do ministro antidrogas Jalil Rachid e do ministro da Defesa Nacional, Oscar González, para acompanhar os desdobramentos da operação.
Operações contra a rede de “Macho”
A operação Marangatú faz parte de uma série de ações para desarticular a rede criminosa liderada por “Macho”, cuja área de atuação está concentrada em Canindeyú. Originário de Tavapy, no Departamento de Alto Paraná, ele é alvo de múltiplas operações nos últimos meses.
Em dezembro de 2023, a operação Ignis resultou na morte de nove sicários e na prisão de dez homens armados em Saltos del Guairá. Posteriormente, pistas clandestinas e hangares foram desativados.
Outras ações significativas incluem:
Maio de 2024: Apreensão de 4 toneladas de maconha e prisão de um suspeito em Villa Ygatimí.
Agosto de 2024: Prisão de Selva Elizabeth Portillo Rodas, conhecida como “Selva Hũ”, junto a quatro sicários.
Setembro de 2024: Confisco de 2 toneladas de maconha, três embarcações e um caminhão em operações de busca.
Outubro de 2024: Desmantelamento de uma base logística com a apreensão de quase 4.000 quilos de maconha, além de veículos e documentos.
Essas operações evidenciam os esforços do governo paraguaio em combater o tráfico de drogas e enfraquecer redes criminosas que atuam na região de fronteira.