Diante das frequentes denúncias recebidas sobre a falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) protocolou um requerimento destinado ao Ministério dos Povos Indígenas, ao governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (Dsei-MS), e aos representantes do Estado no Congresso Nacional, solicitando providências imediatas para formalização de contrato entre a União e a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), para implementação e gestão permanente de sistema de abastecimento de água nas aldeias
“A população indígena vem sofrendo com a falta de água, principalmente nesses dias de calor intenso. Temos ali crianças com sede e famílias sem nenhuma gota d’água para o básico. Acionamos a Sanesul para que levasse caminhões pipas para as aldeias, ao menos como uma ação emergencial, mas estamos falando de famílias que em todos os anos, sem exceção, ficam semanas e até meses sem água tratada, obrigadas a beber água impropria para o consumo”, denunciou a parlamentar.
A deputada afirmou que ao longo dos mais de 20 anos em que a União cuida dos serviços de fornecimento e abastecimento de água nas aldeias indígenas, esse serviço nunca foi prestado de forma eficiente e a falta de água é constante. “Os indígenas estão em situação desumana. Nessa semana até o atendimento da UBS da aldeia teve seu funcionamento afetado devido à falta de água”.
Lia Nogueira recordou ainda que propôs a criação de uma Comissão para acompanhar o grupo de estudos, organizado pelo governo estadual, em parceria com a Sanesul, para a formulação do que, conforme a deputada, pode ser considerado um projeto piloto para todo o país. A parlamentar sugeriu ainda que a Sanesul, empresa local de saneamento e que já possui estrutura ao redor das aldeias, seja contratada a fim de garantir o abastecimento de água das famílias indígenas de forma eficiente.
“O governador Eduardo Riedel tem a máxima de que ninguém será deixado para trás, tenho certeza que ele será sensível a essa situação”, afirmou Lia Nogueira.