O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou nesta terça-feira (31), a segunda fase da operação ‘Deviare’, que tem como alvo 15 guardas municipais de Ponta Porã.
A ação conta com o apoio operacional do Batalhão de Choque no cumprimento de oito mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, nos imóveis dos investigados e no quartel da Guarda Municipal.
De acordo com as primeiras informações, depois da primeira fase realizada em 15 de setembro de 2022, quando foram apreendidos celulares, as autoridades descobriram um quadro de corrupção sistêmica por parte dos investigados que usavam as funções públicas para adquirir vantagens indevidas na fronteira, principalmente de sacoleiros.
Também foi apurado, segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, que os agentes se apropriavam das mercadorias contrabandeadas, como cigarros e armas. Além disso, a ‘organização’ destes guardas chamou atenção dos investigadores, já que integravam um grupo de WhatsApp chamado ‘Laranjas Podres’, usado para tratar sobre os produtos apreendidos.
No decorrer dos trabalhos também foi possível constatar que alguns dos guardas municipais se dedicavam ao tráfico de armas e munições, dos mais variados calibres.
A reportagem contatou o secretário de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes, o questionando sobre a operação de hoje, mas ele informou que “ainda não temos o teor da operação, mas iremos emitir nota ao ser cientificado”.
‘Deviare’
O nome da operação faz alusão ao ato de desviar (em italiano), já que a investigação do Gaeco se iniciou em razão do desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas municipais em uma ocorrência de tráfico de drogas em agosto de 2021.