O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, em Ponta Porã, promoveu recentemente uma palestra em prol da Campanha Dezembro Vermelho que marca o mês de luta e conscientização contra HIV/Aids e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
“Os indicadores do Ministério da Saúde demonstraram que nos últimos 10 anos houve queda no número de casos de detecção e de mortes pela doença no Brasil. Antes esperávamos as pessoas ficarem doentes para depois iniciar o tratamento, atualmente quanto antes iniciarmos o tratamento é melhor”, explicou o médico infectologista, Pablo Marinho Custódio.
O médico salienta que embora tenha diminuído o número de casos houve aumento em grupos específicos.
“Observamos um aumento epidemiológico expressivo na transmissão do vírus principalmente no grupo de adultos jovens homens que possuem comportamento sexual com pessoas do sexo masculino. No grupo de mulheres houve diminuição da infecção nos últimos 10 anos de transmissão vertical”, frisou.
O núcleo de vigilância epidemiológica da unidade realizou também 112 testes de HIV, Sífilis, hepatites B e C nos colaboradores. De acordo com dados do Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 10 mil casos de Aids foram evitados no país, no período de 2015 a 2019.
A enfermeira do Núcleo de vigilância epidemiológica, Deborah de Souza, ressaltou a conduta e protocolos com pacientes soropositivos.
“É necessário ter empatia e ética durante o atendimento ao paciente exposto ao vírus do HIV. Reforçamos que a orientação quanto aos métodos de prevenção, tratamento e acompanhamento junto ao serviço de testagem e acompanhamento (CTA/SAE) garantem um bom prognóstico aos indivíduos que convivem com o vírus”, disse.
Campanha
A Campanha tem objetivo de sensibilizar a população sobre a prevenção e o tratamento precoce contra o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O Ministério da Saúde registrou cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil: 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável.
Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, enquanto, em 2018, eram 593.594 pessoas em tratamento.