Amplavisão – O eleitor rejeita verdades, mas gosta de promessas!    

‘DÓI NA ALMA’: “A proibição de visitar hospitais e asilos desafia os limites do sofrimento. Morrer sozinho é contra a dignidade humana. Quem vai segurar a mão na hora da despedida derradeira? Quem dará o último beijo? Quem vai pronunciar as últimas palavras de conforto? Quem irá cerrar as pálpebras? (-).. pessoas no leito da morte estão isoladas. Sem família e sem amigos, sem carinho e sem ternura. Elas deixam a vida sem poderem se despedirem…(-) …Essa sensação dolorosa certamente acompanhará muitos pelo resto de suas vidas…” (Astrid Praenge – jornalista alemã)  

NOVO TEMPO: Como a recuperação econômica só começará em 2023, devemos repensar a rotina, a profissão, o consumo, a vida bancária, as relações sociais (com menos viagens e festas), mais cuidado com a estética e saúde e adaptar a residência para atividades profissionais inclusive. Quanto às perda, já são notórias em alguns segmentos como na indústria aeronáutica, automotiva, bens de consumo e do vestuário. Acho que a conscientização só ocorrerá à medida que os casos de morte acontecerem perto de nossas casas ou em nossos círculos de relacionamento.   

POLÍTICA & GUARÂNIA: A maioria conhece a música ‘Saudade’. Poucos sabem; seu autor é Mário Palmério, quando era embaixador no Paraguai em 1961. (“Si insistes en saber que es saudade/tendrás que antes de todo conocer/Sentir lo que es  querer, lo que es ternura/Tener por bien um puro amovo, vivi…”).  Deputado federal (PTB-MG) 4 vezes , fundador da Universidade de Uberaba, músico e escritor, titular da cadeira nº 2 da Academia B. de Letras com o romance ‘Chapadão do Bugre’ que ele escreveu na “Fazenda Cangalha” de sua propriedade em Água Clara. Morreu em 1996. 

‘BATATA ASSANDO’: A insônia do deputado federal Vander Loubet (PT) continuará até o próximo dia 9 quando será julgado no STF pela denúncia de suposta pratica de corrupção no caso ‘Petrolão’ graças a delação do doleiro Alberto Youssef. A pena pode superar 22 anos de prisão e mais a multa de R$1.900 mil.  Preocupa Vander: o relator é o ministro Edson Fachin e o revisor é o ministro Celso de Mello, considerados da linha dura da Corte. Em tempo: o caso foi iniciado nos primórdios da ‘Lava Jato’ 

VALEU A PENA? Os detentores do poder (Executivo, Legislativo, Judiciário) não podem esquecer que, agindo errado, pagarão de algum modo. Alguns pelo estresse ou no vexame da prisão. Caso emblemático é do ex-Juiz Nicolau (Lalau), Morreu agora, humilhado por ter se apropriado de milhões de reais na construção do prédio do TRT em São Paulo. Velho, desmoralizado, não podia ir à padaria e causava constrangimento ao neto na escola. Lembro também as prisões de políticos daqui justamente para inibir eventuais pretendentes a essa pratica. Enfim, nada substitui a consciência tranquila 

NUMA PAREDE do bairro Palermo em Buenos Aires encontra-se a pichação favorita do jornalista Ariel Palácios citada em “Os Argentinos”, livro de sua autoria. Ela diz: “Argentinos: chega de realidades! Agora nós queremos promessas!”. Além de revelar   sentimento do argentino, idêntico ao do brasileiro de hoje – com a perda da autoestima – o desabafo inspira-nos para observações neste início esquisito do período pré-eleitoral. O brasileiro não aceita mais sacrifícios e o adiamento do início de um futuro melhor. 

ATÍPICA essa fase, pela crise econômica herdada do PT, devido a pandemia atual e pela própria legislação que inibe gastos e ações duvidosas dos partidos e postulantes a prefeito e vereança. Para piorar, não se sabe a data exata do pleito. Esse clima ‘xoxo’, que não motiva, é comparável ao final de ano sem músicas Natalinas, ao Carnaval sem   mascaras/adornos, às Festas Juninas sem fogueira, sanfona e trajes caipiras.  

TESES: Os políticos lembram: antes as campanhas municipais começavam cedo, eram caras. Acham que serão beneficiados financeiramente. Menos tempo resultará em menos contato pessoal com o eleitor e menores chances de levar ‘mordidas’. Os candidatos usarão as mídias sociais e outros meios para divulgar imagens e propostas.  O temor da pandemia justificaria o distanciamento; pedir votos sem abraçar; mas manifestando muito otimismo. Afinal, o eleitor rejeita candidato pessimista, amargo. 

ENIGMA: Os prefeitos chiam: pela Constituição e leis complementares eles ficaram só com os encargos. As tais emendas parlamentares tem destino certo e não ajudam no caixa do dia a dia. Pergunta-se: onde os candidatos oposicionistas buscarão subsídios para o discurso otimista, da reinvenção, para vencer quem está no poder? O eleitor quer otimismo, promessas, mas não é otário. A proposta de reinventar a roda, não cola.  

MUITO BOA!  A pronúncia do presidente Marechal Eurico Gaspar Dutra (1945/51) era complicada, motivava piadas ao trocar o C pelo X na pronúncia. Até inspirou uma marchinha no carnaval de 1951: “voxê qué xabê / Voxê qué xabê / Não pixija sabe / Pra que voxê qué xabê?” Certa vez, fardado, no interior da Paraíba, ele foi cumprimentado por um matuto: Bom dia, coronel. E Dutra respondeu na lata: não xô coronel. Xô o presidente da República.   O caipira retrucou: “Mas não é coronel porque não quer.”  

‘CONCENTRAÇÃO’: Pré candidatos aumentam a presença nas redes sociais. Venceu no dia 4 o prazo para desincompatibilização dos Secretários Municipais, Secretários de Estado, Defensor Público, Delegado de Polícia, Diretor de Associações Municipais, Diretor de Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Públicas, Dirigente Sindical, Funcionário do Fisco, Presidente da Comissão de Licitação Municipal, Presidente do F. Previdenciário Municipal. Carlos Alberto de Assis, por exemplo, saiu do Governo Estadual para tentar um mandato eletivo. Qual seria? 

‘DE ÔLHO’:  Em 2022 deve ser mais acirrada a disputa pela única vaga ao Senado do que para o Governo Estadual. Dependendo das circunstâncias poderemos ter nomes interessantes disputando como o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB); ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), além da própria senadora Simone Tebet (MDB). Aliás, nos bastidores especula-se que ela poderia até optar, (dependendo do cenário) pela candidatura à Câmara Federal.    

‘PÉROLAS’:  Os políticos ‘se reinventam’ nas propostas inócuas. Em Sertãozinho (SP), como medida de proteção aos gatos, um vereador propôs a proibição de se cantar nas escolas municipais a música “Atirei o pau no gato…toto…”  Deputado gaúcho tentou proibir o uso de nomes de humanos em animais domésticos e aves. Outro deputado queria penalizar os homicidas com a doação dos próprios órgãos (rim, córnea, medula) para compensar os males causados a terceiros. Outras propostas absurdas registradas por aí: ‘Dia do Skate’, ‘Dia do flashback’, ‘Dia do Orgulho Étero’, ‘Dia do Saci’.   

OBSESSÃO pelo poder é coisa séria. Nas eleições municipais, por vaidade, ‘miopia’, falta de auto crítica e ‘surdez’, ambiciosos metem os pés pelas mãos e se lançam candidatos a prefeito de suas cidades. Alguns sonham em aproveitar a visibilidade para outras pretensões eleitorais em 2022. Um deputado estadual ou federal, por exemplo, não teria em tese nada a perder como candidato. Mas dependendo das urnas poderá sair menor do que entrou e inviabilizar eventual projeto.  

‘BOLA CHEIA’:  Independentemente de partidos e interesses eleitorais o Secretário de Saúde Geraldo Resende vem sendo alvo elogios dos políticos pelo desempenho no combate ao coronavírus, colocando o Estado como referência inclusive. Sobre o fato, o deputado Barbosinha (DEM) publicou na mídia um manifesto elogioso à decisão do Secretário de Saúde em permanecer no cargo, declinando à candidatura à prefeitura de Dourados e priorizando seu compromisso junto ao Governador Reinaldo Azambuja.    

GUIMARÃES ROSA: “Tem uma verdade que se carece de aprender, do encoberto, e que ninguém ensina: o beco para a liberdade se fazer. Sou um homem ignorante. Mas, me diga o senhor: a vida não é cousa terrível? () O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”  (Grande Sertão Veredas) 

 

“Mas depois do túnel há uma curva fechada. Não sairemos dessa como entramos…” (J.P. Cuenca – jornalista e cineasta alemão) 

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